terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Amar, Gostar e Objetivos em Comum

A palavra “Amor”, como defendemos nos textos anteriores, define um sentimento muito forte, presente em nossas vidas, desde o berço até a nossa vida futura. Amor de pai (ou mãe), amor de marido (ou esposa), amor filial, amor de irmão (ou irmã), amor de amigo (ou amiga) etc, são todos iguais no que se refere a sua natureza. Amor é amor, aqui na terra ou em qualquer ponto do universo. Nós vivemos para cultivar o amor em nossos corações, em nossos braços, em nossas mãos. Amor é atuante, é fazer coisas para os outros, é sair da zona de conforto, é trabalho, é renuncia, é paciência, é caridade, é esquecer-se de si, é humildade... Ou seja, o amor é a soma de todas as virtudes. Basta ler estas palavras para vermos que para uma relação dar bastante certo é muito bom que os conjunges pratiquem o amor todos os dias. O tal amor que é importante para um casamento dar certo, ser duradouro, não tem quase nada a ver com o desejo sexual.

Um casal que se conhece e desenvolve uma relação monogâmica, vai cultivando uma relação de amor. O amor só aumenta com o tempo, nunca diminui, mesmo quando duas pessoas se separam. O amor é uma relação sempre crescente, que aproveitamos mais quando somos mais maduros. Amar é uma capacidade do espírito, quanto mais ele tenha amado, mais poderá amar novamente.

O amor por si só é importante, tê-lo é muito vantajoso numa relação, mas não sustenta sozinho o relacionamento. O “amar” precisa de outros dois vizinhos, o “gostar” e “objetivos em comum”.

Vejamos o “gostar”: na língua portuguesa o gostar é essencialmente relacionado ao ato de se colocar algo na boca e se aprovar o gosto. Mas da boca, estendemos para tudo, para os olhos, para as mãos, para a pele. Tudo o que é bom, nós gostamos, mesmo que não coloquemos nossa santa boca em tudo. De gostar, temos gostoso, gostosa... Mesmo o idioma vizinho Espanhol não exagera com o gostar. Mas já que estamos escrevendo em português, usaremos o Gostar no sentido de uma coisa que nos causa prazer, admiração, bem estar etc. É uma coisa relacionada com esta encarnação, correlacionada com o tempo.

Pode-se gostar de uma pessoa numa certa época da vida e depois deixar de gostar. Ao contrário do amor que não diminui nem se desfaz, o gostar é transitório. Uma relação de casamento, mesmo que dure 80 anos, é transitória, faz parte de uma encarnação. Pode ser que na próxima vida o casal escolha vir como irmãos, pode acontecer.

O gostar é muito importante numa relação, pois é o que dá liga e sentido quando o amor ainda está se fortalecendo. O sexo está no gostar. Para espíritos ainda muito pouco espiritualizados, o gostar tem que ser muito forte senão a coisa não anda. Os casamentos compulsórios, cármicos, normalmente entre dois espíritos inimigos, só ocorre pois ambos são atraídos pela questão do gostar. Depois de um tempo, quando o gostar já não sustenta a relação, o amar já desenvolveu, pois já enfrentaram muitas coisas juntos, já venceram desafios lado a lado. Muitas vezes um casal destes se pergunta lá pra frente: “como é que eu fui casar com esta pessoa, como eu não vi isso antes?”. Isso é um casamento de prova, meu amigo, minha amiga. Compreender isso ajuda a que o espírito possa tomar a sua decisão de permanecer ou se separar. Independente da alternativa escolhida, tratar com respeito e amor a pessoa que dividimos parte de nossa vida é imperioso.

Gostar também é admirar. Admirar o seu par é importante, no que se refere à sua profissão, à sua beleza, ao respeito que os outros têm por ela (ele), ao seus familiares, à sua história de vida, às suas habilidades com artes ou esportes etc. Bom isso, né? Pena que não nos ensinaram isso na nossa infância, nos largaram no mundo: vire-se. Conhecer o Gostar e diferenciá-lo do Amar é muito importante, pois precisamos dos dois para uma relação dar certo. O “gostar” como vemos, sustenta, mas precisa de seus vizinhos: “amar” e “objetivos em comum”.

Objetivos em Comum é também vital para um relacionamento. Você pode gostar e amar uma pessoa e não conseguir seguir na relação por falta de objetivos em comum. Estando encarnados ou não, este item é essencial pois estamos neste planeta. Comprar uma casa, viajar, guardar dinheiro, receber amigos em casa ou ir em suas casas, visitar sempre a família, trabalhar pelo próximo em centros espíritas, igrejas, orfanatos, hospitais, ter filhos e bem educá-los (em harmonia) etc.

Percebemos que não adianta só gostar e amar. Se os objetivos do casal não forem comuns, a relação fica bamba e sempre problemática. Fica difícil a nossa sociedade ver um casal se separando quando eles se amam e se gostam, pois achamos isso o mais difícil. Mas é mais duro mesmo para o próprio casal ter que abrir mão disso, pois um quer ir para lá e outro vir para cá na sua vida prática.

Peço aos jovens, espíritas ou não, que reflitam sobre isso. Que burilem o Amar, com esforço, com dedicação, com renúncia. Que no Gostar possam ouvir o vosso coração, que vejam o que gostam mesmo e não o que os outros dizem o que é bom. Não queiram buscar no outro o que é débil em vocês, mas sim por que curtem estar com esta pessoa. Que reflitam se os objetivos em comum são os mesmos, se a maneira de levar a vida, se o que almejam são a mesma coisa.

Não sejam reféns de um bom sexo, pois isso não é tudo. Busquem trabalhar os seus complexos que vocês vão ganhar mais.
Não sejam reféns do amar, pois a amizade é uma ótima maneira de se trocar amor.
Não sejam reféns do materialismo, pois o casamento deve ser um impulsionador para obras em comum e individuais.

No próximo texto falaremos sobre a eternidade do amor, mesmo para os que se separam. Até.

2 comentários:

Marquer disse...

Zaki!!

Vim pedir desculpas pela demora em te saudar la no bloguinho...sua visita é mais que apenas uma visita. É presença!!!

Tenho tido pouco tempo e por isso, conectado pouco. Posso demorar, mas não falto....risos!!!

___

A vida da gente vai ser diretamente ligada, em sua qualidade, ao quanto amamos. AMOR é tudo!!! Se não sabemos amar, nao sabemos viver. E quem sabe bem viver é justamente akeles que aprenderam a amar da froma mais certa: sem egoismos ou orgulho.

Zaki disse...

brigado marquer amigo!