sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

10 alongamentos matinais

1. Esforço

2. Respeito

3. Reconhecimento de mim e do meu próximo

4. Estado de abertura

5. Não falar mal dos outros

6. Não rebaixar o que é espiritual

7. Vivenciar experiências espirituais

8. Não desejar coisas em troca

9. Lembrança de si

10. Pensar por si só

Compreendendo o Quarto Caminho

Introdução

É pretendido dar uma compreensão do sistema do Quarto Caminho, que é um ensinamento esotérico sobre o possível desenvolvimento interior do ser humano. Tratar as ideias, as práticas e os exercícios, a terminologia, o processo e o seu objectivo, as exigências e o resultado da transformação num estudante do Quarto Caminho. No fim destes encontros, deve saber-se claramente o que é o Quarto Caminho e se é o caminho que se deseja seguir.

O ensinamento esotérico é um sistema psicológico mas difere daquilo a que hoje se costuma chamar psicologia. A moderna psicologia científica estuda o homem tal como o encontra ou como o supõe ser. A psicologia esotérica estuda o homem do ponto da vista da sua possível evolução. Esta perspectiva de psicologia é a que é usada nestes encontros — o ponto da vista da possível evolução do homem.

segundo encontro

Esoterismo

Esoterismo é qualquer ensinamento sobre o desenvolvimento interior do Homem.
Um ensinamento Esotérico é um tipo especial de conhecimento que tem de ser aprendido e gradualmente compreendido através do desenvolvimento emocional. Pretende-se produzir uma mudança permanente profunda e autentica no indivíduo.

O ensinamento esotérico existiu durante toda a historia do Homem sob diferentes formas e em diferentes escolas. Em períodos diferentes, "foi semeado" no mundo para nos dar orientação.

Nicoll: "em cada época, é semeado no mundo o ensinamento esotérico que mostra o sentido em que a evolução individual deve seguir… Na época actual foi-nos dado o ensinamento esotérico contido nos evangelhos que indicam o caminho para a evolução individual nesta fase."

A palavra "esotérico" é geralmente mal interpretada como 'secreto' ou 'oculto'. Escolas esotéricas existiram durante muitos milhares de anos, mas no mundo tecnológico pré-industrial consistiram de grupos isolados relativamente pequenos. A grande maioria das pessoas nunca ouviu falar do esoterismo e muito poucos entraram em contacto com uma verdadeira escola. A mentalidade de "sociedade secreta" ligada ao esoterismo vem em parte desta ignorância devida às circunstâncias e é usada em algumas escolas do Quarto Caminho como uma táctica de venda. As pessoas adoram segredos, adoram elitismo, 'chapéus', e grupos hierárquicos previamente combinados. Mas esotérico não significa secreto ou escondido, refere-se ao significado interior de cada coisa.

Gurdjieff: "em primeiro lugar, este conhecimento não é ocultado; e em segundo lugar não pode, pela sua própria natureza, tornar-se propriedade pública."

O conhecimento esotérico não é escondido, está disponível, no entanto, a esmagadora maioria não o consegue ouvir ou se o faz, acha-o fantástico, ou mesmo desnecessário.

O ensinamento esotérico é para aqueles que não estão satisfeitas consigo próprios ou com a vida como ela é; aqueles que sentem que deve haver algum significado maior na vida e anseiam por nele encontrar o seu próprio significado. Se estamos em grande parte satisfeitos connosco, com o tipo de pessoa que somos, o esoterismo não é o nosso caminho.

Devemos ter uma pergunta em nós próprios, sentir vontade de compreender, vontade de integridade, vontade de significado e razão de ser própria. Então, quando procuramos, quando o encontramos pudemos "ouvir".

Descrição geral e objectivo

O Quarto Caminho é um ensinamento esotérico sobre o possível desenvolvimento pessoal da consciência no ser humano. O homem foi criado como um ser potencialmente auto-evolutivo.

Nicoll: "o homem é semeado na terra… com a possibilidade de desenvolvimento interior, e a existência deste Trabalho, a existência do ensinamento de Cristo e a existência de muitos outros ensinamentos, é devida unicamente a esse facto — que o homem é criado como um organismo capaz de se submeter a uma evolução interior."

Este sistema usa ideias, práticas, e exercícios desenhados para gerar uma mudança gradual do nível de compreensão, na perspectiva da mente e da natureza do carácter. Pode ser praticado na vida — na nossa vida, como ela é agora. Não há necessidade de abandonar as circunstâncias e entrar numa comunidade separada para estar no Quarto Caminho. A sua metodologia psicológica é para ser praticada na vida quotidiana em todas as suas circunstâncias e com todas as pessoas que lhe pertencem.

Requer dois tipos de esforço — trabalho com o nosso conhecimento e trabalho com o nosso Ser, porque combinados os dois criam a compreensão. Todo o desenvolvimento depende inteiramente dos nossos próprios esforços e motivos. A sinceridade é crítica tal como a honestidade. É um processo de uma vida inteira visando criar uma psicologia que seja correctamente ordenada para ser capaz de receber inspiração divina ou o que o Quarto Caminho chama influências superiores (C).

É chamado o Quarto Caminho em relação ás três outras abordagens ao desenvolvimento interior da vontade. A primeira a do faquir; a do corpo físico desenvolvendo "a vontade do corpo". A segunda é a do monge que dá forma a um eixo de devoção religiosa, amor a deus, criando "vontade emocional". A terceira é a do yogi, que desenvolve a "vontade da mente".

Este sistema ensina que todos somos considerados como tendo três corpos dados — físico, emocional e intelectual — e um quarto corpo potencial que deve ser criado pela vontade. Um caminho que desenvolva só um dos corpos é desequilibrado. Um faquir pode desenvolver uma enorme vontade física e talvez consiga manter os seus braços levantados por anos. Para quê? Não desenvolveu o seu corpo emocional ou o seu corpo intelectual e assim com a sua "vontade" não pode fazer nada de valor. É quase a mesma coisa com os outros dois caminhos. O monge é subdesenvolvido física e intelectualmente. O yogi é subdesenvolvido física e emocionalmente. O ensinamento evolutivo do Quarto Caminho trabalha com todos os três corpos dados simultaneamente para produzir "o homem equilibrado" capaz de desenvolver "vontade consciente".

Os quatro corpos são chamados na terminologia cristã as naturezas, carnal, natural, espiritual e divina. No Quarto Caminho, estes são o primeiro corpo, segundo corpo, terceiro corpo, e quarto corpo.

O primeiro corpo é a parte a mais externa: o corpo físico que experimenta sensações. É-nos dado já organizado, mas funciona mecanicamente e respondendo a impressões externas.

O segundo corpo é o corpo emocional e é uma desorganizada massa de sentimentos e desejos, mudando constantemente, sem nenhuma direcção, respondendo automaticamente. É mais interior do que o primeiro corpo.

O terceiro corpo é o corpo intelectual que é a sede dos pensamentos e das funções do pensamento. É também uma massa desorganizada de pensamentos em mudança estimulados aleatoriamente.

O quarto corpo é o corpo divino. É acessível apenas através da "vontade" criada no ordenar dos segundo e terceiro corpos. Desenvolvendo Vontade Consciente ao organizar os seus três corpos dados é-lhe dado acesso ao corpo ou natureza divinos, que é indescritível. Se isto é conseguido, o quarto corpo tem então existência e possui consciência, individualidade, e vontade. O quarto corpo-de-vontade é mestre. É a nossa parte mais interior.

O funcionamento do homem subdesenvolvido é iniciado pela vida externa. o seu primeiro corpo, o corpo físico, experimenta sensações que causam emoções no segundo corpo que encontram expressão em pensamentos no terceiro corpo. Neste caso, não há nenhum quarto corpo, nenhum corpo-vontade, apenas uma barafunda, de pequenas e opostas vontades momentâneas estimuladas por emoções e pensamentos desorganizados. As suas funções são governadas por sensações mutantes da vida externa.

Neste sistema, o homem desenvolvido é dirigido pela consciência no seu quarto corpo e obedece à vontade divina. Neste caso, a parte a mais interior dirige as funções dos outros três corpos. O conhecimento consciente do quarto corpo compreende o que qualquer circunstância necessita e a vontade divina dirige os pensamentos no terceiro corpo a respeito destas necessidades produzindo correspondentes emoções desinteressadas no segundo corpo que cria acções apropriadas no primeiro corpo. Desta maneira, o que é mais elevado gera acções intencionais e os três corpos dados são sujeitos a elas.

A aquisição de um corpo divino é um processo similar ao do baptismo. O Quarto Caminho é a instrução prática no processo desta aquisição.

Gurdjieff, Ouspensky e Nicoll

Gurdjieff (1872-1949)

Tanto tem sido escrito sobre o enigmático George Ivanovitch Gurdjieff que seria difícil para qualquer pessoa distinguir entre facto e ficção ou, neste caso, entre intriga e idolatria. A bisbilhotice é fácil e a informação em segunda-mão é subjectiva. O que é geralmente aceite é que era Greco-Arménio, iniciado na sua juventude na tradição Sufi e possivelmente monge ortodoxo num certo ponto da sua vida. Também, viajou extensivamente através do Egipto, da Grécia, da Índia, e do Cáucaso procurando escolas de esoterismo. Em 1917, saiu da Rússia com um pequeno grupo de estudantes e estabeleceu-se em França eventualmente em 1922. Aí compra uma residência em Fontainebleau e abre o que chamou de Instituto para o Desenvolvimento Harmonioso do Homem onde ensinou o Quarto Caminho.

Os seus métodos eram controversos e o seu comportamento pessoal às vezes chocante. Houve sempre um debate sobre os seus motivos, acções, e legitimidade. Mas o Sr. Gurdjieff só pode ser encontrado no Trabalho do Quarto Caminho, no sistema que ensinou. À luz da compreensão do trabalho, da sua magnitude e significado, encontra-se Gurdjieff e depois disso bisbilhotar ou discutir as suas fontes torna-se irrelevante. A beleza e a importância do Quarto Caminho que trouxe à civilização ocidental validam a sua autenticidade, mas apesar das suas reputação obra e personalidade extravagante, permaneceu modesto. Deu este estrito concelho aos seus potenciais estudantes: "nunca confundam o cargueiro com a sua carga".

Ouspensky (1878-1947)

Peter Demianovich Ouspensky nasceu em Moscovo. Era um intelectual, foi jornalista por alguns anos tendo viajado no leste, na Europa e na Rússia. Em 1907, descobriu a ideia do esoterismo e prosseguiu os seus estudos em muitos países e em métodos diferentes. A sua busca levou-o ao Egipto, à Grécia, à Índia, ao Ceilão e a muitos outros países. Estudou também literatura oculta, o yoga, o Tarot, e métodos mágicos. Deu conferências públicas durante a sua busca do miraculoso.

Encontrou-se com Gurdjieff em 1915 em Moscovo e ficou de tal maneira impressionado que arranjou grupos a quem Gurdjieff apresentou seu ensinamento. Ouspensky e Gurdjieff tiveram um relacionamento pessoal difícil e, em 1918, Ouspensky começou a sentir: "eu tinha cessado de o compreender e considerava necessário separar Gurdjieff do sistema, de que eu não tinha dúvida nenhuma". Em 1922 ajudou na mudança de Gurdjieff para Fontainebleau em França que visitou subsequentemente diversas vezes. Ouspensky finalmente quebrou abruptamente com Gurdjieff em 1924 mas continuou o seu próprio trabalho em Londres. Após a morte de Ouspensky em 1947, o manuscrito de seu livro "fragmentos de um ensinamento desconhecido" foi enviado a Gurdjieff que disse: "antes odiava esse homem, agora amo esse homem." O livro foi publicado em 1949 e re-intitulado "em busca do miraculoso".

Nicoll (1884-1953)

Maurice Nicoll nasceu em Kelso, Scotland numa família nobre. Frequentou a faculdade e doutorou-se em medicina e tornou-se psicólogo praticando em Londres. Estuda diversos anos em Paris, em Berlim e em Viena, e trabalhou com Carl Jung por algum tempo. Em 1914, serviu no o Royal Army Medical Corp em Gallipoli e na Mesopotamia durante a primeira grande guerra. De volta a Inglaterra, foi oficial médico responsável do hospital do império que tratava homens com ferimentos na cabeça e espinal.

Encontrou-se com Ouspensky em 1921 e interessou-se pelo ensinamento. Algum tempo mais tarde fechou a sua prática em Londres e foi viver no instituto em Fontainebleau, onde trabalhou com Gurdjieff directamente. Quando regressou a Inglaterra, recebeu de Ouspensky permissão para passar as ideias que tinha recebido de ambos os professores. Começou o seu ensinamento em 1931 em Inglaterra e continuou até sua morte em 1953.

A estrutura geral do sistema

Há três aspectos da estrutura geral do Quarto Caminho na maneira como foi ensinado em Fontainebleau — a cosmologia, os movimentos, e o trabalho.

A Cosmologia

Há muito a ganhar com o estudo da cosmologia do Quarto Caminho. No entanto, no começo, diria que uma das ideias principais deste sistema é a verificação: "verifique tudo por si-próprio". A cosmologia é um modelo do universo para a expansão da mente. O estudo dele pode dar uma perspectiva de escala e de relatividade e expandir a mente dimensionalmente. Algumas das ideias agem como uma espécie de choque, desenhadas para nos despertar um pouco ou fazer com que pensemos de modo diferente sobre a criação em geral e sobre o nosso lugar e significado nela. Se reflectirmos nas ideias, podemos começar a ter uma mudança na nossa compreensão.

O Raio da Criação é o modelo cosmológico primordial sobre o ordenamento do universo. Todas as coisas criadas são ordenadas de acordo com leis. De outra maneira só existiria caos — desordem. Este sistema ensina que o universo é vivo e em desenvolvimento, procurando unidade e consciência. A sua estrutura é representada no Raio da Criação.

O raio mostra-nos sete níveis de criação, começando com o absoluto, que está sujeito a uma só lei — a lei da sua própria vontade. O segundo nível é o nível de todos os possíveis sistemas estelares ou as galáxias e está sob três leis. Cada nível subsequente está sujeito ao número de leis do nível precedente e, adicionalmente, ao mesmo número de leis no seu próprio nível. Assim o terceiro nível, que é o nível de nossa Via Láctea, está sob três leis do segundo nível e três leis do seu próprio, consequentemente seis leis pertencem a esse nível. O quarto nível é o nível de nosso sol que está sob doze leis. O quinto é o nível dos planetas como uma massa, sob vinte e quatro leis. O sexto é o nível da nossa terra, sob quarenta e oito leis. O sétimo é o nível da nossa lua, sob noventa e seis leis.

O raio da criação ensina que toda a matéria é energia que se condensa enquanto se move afastando-se para mais longe da sua fonte no absoluto, transformando-se em matéria mais grosseira e mais densa. Ensina que a nossa terra e os seres humanos nela aparecem bastante longe no raio e são consequentemente sujeitos a muitas leis: as leis de natureza, as leis da física, a lei do acidente, etc. Ensina que o homem é um ser auto-evolutivo criado para uma finalidade especial na função do Raio da Criação. Por essa razão, foi-nos dada a livre vontade para escolher a evolução.

Gurdjieff: "há somente uma evolução e uma não-evolução."

Realmente, há também a degeneração que é certamente não-evolução, mas não é uma condição estática. É possível também perder a habilidade de se tornar consciente através da degeneração.

Essa finalidade especial do Raio da Criação para que fomos criados, individualmente e colectivamente, é expressa nos seus termos mais simples na cosmologia pela tabela dos hidrogénios. A nossa finalidade pode ser mais elementarmente entendida como "transformação de energias", de vibrações mais grosseiras em vibrações mais finas.

A lei de Sete, ou a Lei de Oitavas, na cosmologia é um ensinamento sobre o ordenar da criação em níveis diferentes — no macrocosmos do universo e no microcosmos do homem.

Um dos pontos mais importantes de compreender ao estudar o Raio da Criação é que a natureza do absoluto é algo perfeito, Divino.

A lei de três, às vezes chamada lei da trindade, ensina que em cada manifestação de qualquer coisa no universo, três forças devem estar presentes. Elas são 1) força activa, 2) força passiva, e 3) força neutralizante. As forças activas e passivas cancelam-se essencialmente uma à outra e não produzem nada. Uma terceira força neutralizante é necessária para trazer os opostos a relacionar-se a fim produzir "algo".

A cosmologia do Quarto Caminho é expansora da mente e ilumimadora. Pode dar-lhe uma avaliação da magnitude deste ensinamento uma perspectiva do seu objectivo, incluindo choques ideológicos que ajudam a criar momentos de consciência mais elevada. Nas escolas do Quarto Caminho, e neste sistema, ensina-se que se deve começar no trabalho com o estudo da cosmologia e isso pode ter a validez das referidas razões. No entanto, ao faze-lo, descobrir-se-à eventualmente que toda a cosmologia não pode ser verificada e estamos instruídos a não aceitar nada por fé. Mais importante, seja qual for o conhecimento que se receber não resulta em transformação pessoal. Mesmo o mais astuto conhecimento da cosmologia não pode produzir uma transformação permanente da consciência, que é o objectivo de todo o ensinamento esotérico.

Os movimentos

No instituto em França, os estudantes participaram na aprendizagem de "danças Sufis" ou "movimentos". Este exercício físico era prática em atenção, em disciplina, em cooperação, em precisão, em perseverança, e mais; inclusive ocupação para os estudantes. As danças eram também, executadas em público para ganhar dinheiro para o instituto. São verdadeiramente extraordinárias. Diz-se que estes movimentos, ou as danças, carregam o significado esotérico. Isto pode ou não Ser assim, pode ou não Ser verificável. Em todo o caso, o facto inevitável é que tal como apenas o conhecimento intelectual da cosmologia do Quarto Caminho não produz uma transformação permanente da consciência, tão pouco o fazem os movimentos.

Apesar disso, muitas escolas do Quarto Caminho insistem que os movimentos devem ser praticados como parte do sistema, e a fim para obter balançado. Este é um sério mal-entendido da ideia "centros equilibrados" ou "homem equilibrado" neste ensinamento. A única exigência física para a transformação da consciência é função do cérebro, assim que não obstante o seu valor relativo, os movimentos não são necessários para a transformação da mente. Nicoll: "nenhuma quantidade de atenção ao corpo criará a transformação."

O trabalho

os exercícios e as práticas psicológicos do Quarto Caminho são o "trabalho" do sistema. São projectados especificamente para ser usados nas experiências da vida diária. Visam o auto-conhecimento, a crescente autenticidade e o tornar-se consciente. Esta é a transformação a que o esoterismo se refere e o trabalho psicológico é meio para o alcançar.

As ideias os exercícios e as práticas do Trabalho são supostos de construir algo dentro nós que nos eleva a um nível mais elevado de consciência. Nicoll: "o conhecimento deste trabalho é tal que pode agir no Ser e em consequência causar a compreensão." Esta acção só pode ocorrer usando a força dos seus esforços pessoais ao praticar o Trabalho. Aplicar estas ideias a nós próprios com sinceridade e diligencia é esforço — Trabalho. Isto é fazer o Trabalho — estar no Trabalho. Muitos estudantes pensam e dizem que estão "no Trabalho" simplesmente porque estão a estudar o Quarto Caminho. Isto não é assim. Tem que se fazer o Trabalho para estar no Trabalho.
Níveis de Consciência

A premissa para supor que pode haver um sistema evolutivo está em compreender a ideia de diferentes níveis num indivíduo. Todas as ideias do trabalho são baseadas em compreender que existem diferentes níveis de consciência. Consequentemente, o movimento de um para outro nível é possível. Nicoll: "tal como é, o homem serve as finalidades da natureza e nada mais é necessário tendo em consideração a sua vida. Mas pode pôr-se sob influências diferentes se o escolher. Pode mudar o seu nível de consciência e consequentemente atrair circunstâncias diferentes de acordo com seu nível."

Neste sistema diz-se que há sete níveis de consciência que consistem em quatro estados que pertencem a três tipos diferentes de homem existentes em diferentes níveis.

Os homens # 1, 2, e 3 todos compartilham os dois primeiros estados igualmente. O primeiro estado é o sono-descanso, sono literal com sonhos. O segundo estado é chamado estado de-pé em que se anda e fala e age na vida mecanicamente. O Trabalho chama também sono ao segundo estado, porque funciona automaticamente sem consciência.

Neste nível de consciência, há apenas a escuridão de estar a dormir. Nenhuma ajuda é possível porque as influências mais elevadas só podem chegar tão baixo como o Terceiro Estado de Consciência. Isto é o que o sistema ensina, mas seria mais exacto dizer que o Homem adormecido — Homem mecânico (os números 1, 2, e 3) não podem perceber as vibrações mais finas que vêm da consciência mais elevada por causa da grosseira natureza de seu ser.

O homem # 4 está no terceiro estado de consciência. Está a começar a acordar através da prática da auto-observação e de Auto-Recordação. Tem um certo grau de auto-conhecimento e Eu real.

O homem # 4 é chamado Homem Equilibrado que em termos gerais significa um homem que funciona correctamente. O homem equilibrado organizou os seus centros (ou corpos) — as funções da sua psicologia. Pode permanecer erecto no centro do balanço do pêndulo dos eventos e das circunstâncias da vida. Conseguir este estado requer um sincero e duro Trabalho psicológico a longo prazo; real Trabalho interior. Mas os esforços coretos feitos para os motivos coretos produzirão a real mudança interior. Do nível do homem # 4, as influências, a inspiração e a compreensão podem alcançá-lo — a luz está presente e a ajuda é possível.

Os Homens números 5, 6, e 7 vivem no Quarto Estado — consciência objectiva. Estes três são chamados "Homens Conscientes", Homem Acordado. A luz está presente e a ajuda está disponível. Neste nível, um homem pode ver as coisas como realmente são.

O homem consciente tem compreensão e perspectiva, consciência intencionalmente desenvolvida e ser, consciência real activa e vontade de fazer. O homem consciente é autentico, vive os seus significado e finalidade na vontade de Deus. É guiado pela inspiração divina, pelo sentido espiritual, pela verdade objectiva, pela consciência real, pela consciência objectiva, e pela bondade sobre todas as coisas. O homem consciente é incapaz de violência.

O sono

vamos ver um exemplo de homem mecânico, isto é, Homem adormecido: Homem # 1, 2 e 3, que significa todos nós.

Examinemos as circunstâncias ordinárias na vida quotidiana de um homem ordinário. Vamos dizer que é casado e tem um cão e trabalho. Acorda de manhã ao som do despertador e imediatamente deseja poder dormir por muito mais tempo. A resignação consegue levar os seus pés até ao soalho. O chuveiro refresca-o e recorda-o de que é hoje sexta-feira. Aliviado e feliz pelo o fim de semana, começa a imaginar as actividades que planeia. Enquanto pensa sobre um evento agradável, entra-lhe sabão para os olhos e imediatamente a raiva ferve. Talvez diga palavrões ou rosne ou qualquer coisa do género. Quando sai do chuveiro com seu olho ardente, encontra o cão a ganir e a riscar na porta da casa de banho. Irritado pergunta-se porque é que a sua mulher ainda não pôs o cão lá fora. Não o pode fazer agora. O cão terá que esperar, diz ele a si mesmo impaciente. Apressa-se a terminar a sua toilete, e deixa cair a escova de dentes e corta-se no queixo enquanto a frustração cresce. A sua mente volta repetidamente à ocasião especial do fim de semana e imagina conversações e cenários onde é o centro da atenção ou onde é apreciado, lisonjeado, e naturalmente sempre correcto. Ou preocupa-se sobre quem estará lá, como o tratarão, se fará uma boa impressão, se gostarão dele ou o embaraçarão. Vestido, sai e descobre que o cão se foi embora e outra vez irritável, pensa como se apressou e se cortou a barbear-se tudo só para descobrir que tudo era desnecessário. O cheiro do café atrai-o e o primeiro golo traz-lhe uma onda do prazer. A sua mulher entra e beijam-se. Está a observar como o tempo está agradável quando a mulher deixa o cão entrar pelas traseiras. O cão salta e seu café quente cai-lhe , queimando sua mão e manchando a sua camisa. Grita ao cão e explode de raiva por causa da camisa. Sai do quarto. Mudar de camisa implica mudar de gravata e agora mal o pode fazer, com os dedos queimados, queixo cortado, e olho a arder. Jura que vai por o cão na escola de obediência. Em primeiro lugar nuca tinha querido aquele cão, tinha sido a ideia dela. Ela pode levar o cão à escola. Agora está-se a fazer tarde, desiste do pequeno almoço, diz um adeus apressado à sua mulher, e vai de cabeça para o trabalho. Há pouco tráfego e a sua música favorita passa, e lembra-o de épocas passadas sentimentais. Fora do azul, recorda que deixou a sua papelada ao pé da cama em vez de a por na sua pasta. Ele vira o volante com a sua mão e pragueja alto. Tem que voltar a casa e agora estará certamente atrasado. Preocupa-se, e responsabiliza o cão, a sua esposa, o shampô, e a sua vida.

Este homem acredita, como cada indivíduo, que é inteiramente consciente, que age por sua própria vontade e está perfeitamente ciente de si-próprio e do que faz. O trabalho diz que um homem que funciona neste nível é um organismo de estimulou-resposta que reage à vida escravizado pelas suas respostas mecânicas. Funciona sem nenhuma consciência ou o intencionalidade e está adormecido para este facto, inconsciente do seu estado.

Isto é sono (estado a-pé, o segundo estado). Todos funcionam desta maneira automaticamente, criando o caos e a violência no mundo.

A ideia de que andam todos a dormir é um choque que pode ajudar a mudar a maneira de pensar. Entretanto, a consciência de que nós mesmos estamos a dormir é um choque de despertar. Esta consciência pode ganhar-se só com a verificação pessoal.

Despertar

A ideia de despertar deste sono deve crescer na consciência e poder agir com intencionalidade em vez de apenas reagir mecanicamente. O obstáculo principal ao despertar desta circunstância é que cada pessoa imagina que possui já a consciência e o auto-conhecimento plenos assim que não o necessita, não o procura, não está interessada. Cada pessoa acredita que age com conhecimento e que possui a vontade para fazer o que quer que escolha fazer.

O trabalho diz-nos que isto é uma ilusão e que a ilusão de ser já correctamente consciente é parte da condição de estar a dormir. Note por favor que o trabalho não lhe diz que a vida é uma ilusão (o que o pode fazer doentio). Diz-lhe que a sua visão subjectiva dela é uma ilusão.

As pessoas não agem. Reagem. Desde o começo da sua vida, cada pessoa reage às circunstâncias que a rodeiam e esta é a única maneira como pode ser. Mas o organismo mecânico, automático de estimulo-resposta, quero dizer, cada um de nós, é criado também como um organismo auto-evolutivo. Nós podemos evoluir na consciência através de esforços intencionais específicos.

A essência, o Eu real, e o Ser

Nascemos com um Eu único (self) com algumas qualidades natas que são observáveis. Como bebes, éramos ou mais activos ou mais passivos e tínhamos uma disposição positiva ou uma disposição negativa predominantemente. Há outros atributos idiossincráticos atuais no nascimento que são mais subtis, mas o ponto é que nascemos já com um EU (self) totalmente único. No trabalho, este é chamado a essência. Contem a nossa razão de ser.

Como crianças, a nossa essência é um pouco como uma ardósia limpa. Tem características e disposição únicas, mas à medida que a essência é influenciada por experiências do ambiente, é formada a personalidade em torno dela. A personalidade é adquirida para nos permitir de interagir com a vida e de sobreviver porque a auto-preservação é a directriz orientadora primaria. No desenvolvimento humano, essa directriz orientadora traduz-se em ganhar poder sobre o ambiente a fim de responder às nossas necessidades com de modo a a poder sobreviver, o que é, apesar de tudo, a primeira precondição necessária para qualquer outra possibilidade.

Assim a essência é a nossa parte mais interior e mais autentica, mas está coberta com uma personalidade que pode não expressar a essência de todo. Recordemos que a personalidade foi formada em torno da essência através de experiências subjectivas da vida e do seu excesso de eventos que sobro os quais não temos nenhum controle. A essência pode desenvolver-se na vida apenas até certo ponto em que chega a vez da personalidade tomar o comando. Permanece por desenvolver e sem poder a menos que seja desenvolvida intencionalmente através do trabalho. A intenção no trabalho é desenvolver a essência até que tenha o poder para dirigir sua personalidade. Este processo implica fazer com que a personalidade adquirida se torne passiva de modo que a essência se possa tornar activa. Se este processo for bem sucedido e a essência se desenvolver, emerge o Eu real.

O Eu real é mestre. Todos temos um Eu real que virá a manifestar a essência desenvolvida na verdadeira personalidade, mas também este deve ser gradualmente alcançado através do trabalho. Existe dentro de nós ao nível da Auto-Recordação, o terceiro estado de consciência. O trabalho ensina exercícios e práticas que ajudam a trazer o Eu real a tornar-se presente. A prática da Auto-Observação informa e ilumina o Eu real e transporta seu sabor porque estão ligados no mesmo nível de consciência.

A personalidade é a nossa parte a mais externa. Por traz da personalidade adquirida está a essência, e por traz da essência está o Eu real. Psicologicamente falando, a essência é interior à personalidade e o Eu real é interior à essência. Eu real é o EU mais elevado. É a verdade do nosso Ser.

O que o trabalho chama Ser, pode grosseiramente descrever-se como a natureza do nosso carácter. Todos possuímos ser em maior ou menor grau. Por exemplo, o Ser de um homem honrado é maior ou acima do Ser de um homem criminoso. Ser existe numa escala, quer dizer, em níveis diferentes e pode ser desenvolvido. Mesmo no inicio do trabalho, é-nos pedido para trabalhar em duas áreas de nós próprios — trabalho sobre o conhecimento e trabalho sobre o Ser. Isso porque é este conhecimento esotérico especial que aplicado ao Ser produz a Compreensão, e diz-se no trabalho que a compreensão é a força mais poderosa que se pode desenvolver. O desenvolvimento da Consciência é inseparável do desenvolvimento do Ser. Andam de mãos dadas.

Um dos elementos na escala do Ser é que os níveis diferentes são descontínuos uns com os outros, como linhas de telefone paralelas entre dois pólos. Os eventos que encontramos num nível de ser podem não existir noutro nível que tenha os seus próprios e diferentes eventos. Nicoll: "o nível de Ser que nos espera mesmo acima da linha actual, que é a nossa evolução, o nosso desenvolvimento interior, o nosso crescimento interior, é descontínuo com nosso nível actual, tal como um lance de uma escada não é contínuo com o seguinte. Temos que saltar."

A ideia a mais importante no trabalho sobre o ser é que "o nosso ser atrai a nossa vida".

A personalidade adquirida — Falsa Personalidade

Como já foi dito, a essência interage com a vida e a personalidade é formada destes infinitos factores idiossincráticos. A personalidade é formada em torno da essência como meio de interacção com a vida e isso é absolutamente necessário. É formada de acordo com leis que se aplicam a todos. Ou seja a sua formulação é ordenada o que explica os traços psicológicos comuns entre todas as pessoas em todos os tempos.

O trabalho chama a esta formação da personalidade a primeira educação. É referida neste sistema como a falsa personalidade e é certamente falsa. (Pode achar-se no entanto que o termo personalidade adquirida é um pouco mais claro e mais específico, menos condensador).

A personalidade em general pode ser descrita como uma colecção dos hábitos.
Hábitos de pensar — pensar nas mesmas coisas das mesmas maneiras;
hábitos do sentimento — emoções recorrentes, estados emocionais repetitivos;
hábitos de falar — repetir as mesmas histórias, as mesmas frases, as mesmas palavras.
Temos hábitos de atitudes e de opiniões.
Temos hábitos do corpo físico — postura, expressões faciais, tensões, movimentos, linguagem corporal;
hábitos de ser e maneiras habituais de responder a eventos da vida.
Adquirimos todos estes hábitos por imitação, por oposição, pela família e pelas influências culturais e da comunidade. Isto é, as influências da vida em que não tivemos nenhuma escolha, consequentemente estes hábitos não são nossos você não são a nossa personalidade.

A nossa personalidade rende-nos automaticamente a vida de acordo com a sua forma ou formulação única. Temos uma atitude sobre algo, uma opinião sobre uma outra coisa, temos sentimentos e pensamentos e estas coisas compõem a nossa experiência. Contudo todos estes hábitos que compõem a nossa personalidade não expressam a nossa essência ou o nosso Eu real. Podemos às vezes sentir isso como um sentimento de sermos umas imitações ou de sermos desconhecidos para nós próprios.

A essência tem que ser desenvolvida intencionalmente assim como o Eu real. Estes dois aspectos não evoluem mecanicamente. Evoluem apenas com os esforços pessoais da atenção e da intencionalidade ensinados no esoterismo, no Trabalho.

Um dos ensinamentos principais sobre a personalidade é que tem a ilusão de unidade. Ouspensky: "a ilusão de unidade é criada no homem em primeiro lugar, pela sensação de um corpo físico, pelo seu nome… e em terceiro, por um número de hábitos mecânicos implantados nele pela educação ou adquiridos por imitação. Tendo sempre as mesmas sensações físicas, ouvindo sempre o mesmo nome, e observando em si os mesmos hábitos e inclinações que já tinha antes, acredita que é sempre o mesmo."

O trabalho ensina que, na realidade, o homem é uma massa desorganizada de Eus sem nenhuma permanência. Cada pensamento, sentimento, sensação, agrado ou desagrado são 'um Eu'. Eus Desligados, contraditórios e mesmo opostos ' dizem "Eu" como se cada um falasse pelo todo de nós. Isto é chamado a doutrina ' dos Eus e embora possa soar incompreensível no início, é facilmente verificado e crucial para o nosso desenvolvimento. Podemos observar dentro de nós próprios a roda giratória 'dos Eus, cada pensamento ou emoção, desejo ou sensação. O homem é uma multiplicidade, não uma unidade. Não há nenhum 'Eu a controlador' ou vontade. Cada 'Eu' tem a sua própria vontade provisória pequena que desaparece quando 'o Eu seguinte' é dominante.

O reconhecimento da nossa multiplicidade marca uma etapa crítica no processo do trabalho. Sentimos uma grande instabilidade ao ver a nossa falta da identidade e pode induzir-nos num tipo de vertido psicológico que é amedrontador. Ironicamente, é por causa desta multiplicidade que encontramos a oportunidade de mudança intencional e a estabilidade real.

O trabalho ensina-nos como reconhecer, escolher e alimentar em nós os Eus que pertencem a um consciência mais elevada ou Eu real e como nos separar-mos ' de Eus prejudiciais ou que não expressam nosso Eu. real. Desta maneira, o trabalho trabalha na nossa psicologia sobre a nossa personalidade.

Mas o homem geralmente assume-se como um ' Eu ' e tem um retrato de si-próprio como a sua personalidade. Esse é o seu Eu imaginário. É um casaco posto por cada ' Eu ' de cada vez.

Há um outro ensinamento muito significativo sobre a personalidade no trabalho que gostaria particularmente de clarificar. Há um nível de desenvolvimento na personalidade chamado o Bom dono de casa. Isto significa uma pessoa que faz o seu dever na vida, vive responsavelmente com si-próprio e com o mundo, sem criminalidade ou perversão. Só uma pessoa que alcance este estágio chamado de Bom Dono de Casa é capaz para o trabalho. Se não pudermos viver uma vida ordinária decente, então não temos nenhuma possibilidade de sucesso no trabalho extraordinário. Nicoll: "deixe-nos outra vez recapitular o ensinamento sobre o ser. Primeiro, um homem deve estar na vida e ter tratado da vida e ter alcançado alguma posição adequada na vida e no conhecimento da vida e quando for um bom dono de casa, capaz de tratar das dificuldades e dos problemas ordinários da existência humana — isto é, o trabalho não é para As pessoas que procuram escapar dos fardos normais da vida. É para pessoas decentes normais e parte desse nível de ser. É muito importante que todos devemos compreender isto."

A psicologia da possível evolução

O desenvolvimento ou da evolução que são possíveis para uma pessoa na terra, na sua vida, é psicológico. Recorde-se que o homem é criado na terra como um Ser auto-evolutivo capaz de uma mudança psicológica auto-gerada — desenvolvimento. Este trabalho, que começa com o auto-conhecimento, é chamado auto-evolução porque é só através de esforços sinceros feitos intencionalmente por nós próprios que a possibilidade de evolução existe. É na, e através da energia do esforço para trabalhar que a evolução acontece. Cada pessoa deve fazer os seus próprios esforços para evoluir. Ninguém podem evoluir automaticamente ou pela compreensão intelectual, pela vizinhança, pela osmose, ou pelo conhecimento. Só o esforço interior pessoal do trabalho produz a força para a evolução. Este processo no trabalho trá-lo-á da psicologia do interesse próprio à psicologia da transcendência própria. Despertar de uma psicologia mecânica para uma psicologia consciente intencional é o nosso destino. É o que cada um de nós está aqui para fazer. O facto que este ensinamento existe é prova "dura" do Amor incondicional de Deus que nos alcança a nós mesmo na nosso insignificância; O seu amor muito pessoal por cada um de nós individualmente e igualmente.

A Linguagem de Ouspensky

http://tempestade.wikispaces.com

A linguagem foi criada por Grudjieff e complementada por Ouspensky que escreveu este livro chamado The 4th Way que foi de onde tirei os seguintes apontamentos.
Convém lembrar que isto foi escrito em 1924 ou assim. A Psicologia nessa altura era ainda menos evoluída e não existiam muitos dos conceitos que hoje conhecemos.
Um dos Projectos que acho que poderíamos construir a partir daqui (com a Nat à cabeça) seria complementar o que temos aqui com algumas coisas que a psicologia entretanto descobriu.

Seguem-se então alguns conceitos e ensinamentos do senhor (muito resumidos e um bocadito pintados por mim):

Considera-se que:
O Homem Não Está Desenvolvido: A maioria de nós não usa o seu potencial ao máximo, como acontece com a Natureza quando não é cultivada. Isto porque não temos as ferramentas necessárias, não conhecemos as condições que nos rodeiam e porque o intelecto é um processo novo na natureza e por isso não se encontra totalmente implementado. A consciência ainda não foi desenvolvida o suficiente para se usar a si própria como usa o resto.
O Homem Não É Uno: Pensamos que quando dizemos "Eu" estamos sempre a falar da mesma pessoa. Contudo somos muito diferentes de situação para situação. O que queremos hoje muitas vezes é diferente do que queremos amanhã... E depois de amanhã ficamos arrependidos que isso se passe. Isto acontece porque de facto apenas reagimos às situações, que determinam se agora somos este "Eu" ou aquele, em vez de agirmos segundo um plano.
O Homem não tem Vontade nem Consciência: Por sermos incompletos, por não termos noção dos nossos "Eus" e sermos incapazes de seguir com os nossos planos quando de facto os podíamos levar a cabo, provamos não ter vontade própria, mas simplesmente seguir o mundo naquilo que ele nos impõe. Não somos conscientes por que não nos lembramos do que queremos, fazemos e somos e assim não sabemos como chegámos a onde estamos nem como chegar aonde queremos estar.
Existem Pessoas Realmente Conscientes: Existem homens que são realmente completos, que usam uma linguagem realmente objectiva, que vêem a verdade no mundo e que concretizam os seus planos. Existem homens que fizeram obras realmente incríveis (como quem escreveu algumas partes da Bíblia, como Ghandi, como uma grande parte dos que se vêm sacrificando pelos outros) enquanto a maioria nem é consciente. (Ele diz isto de outra forma, mas eu não gosto.)


Conceitos:

The Study of the World
Lei dos 3: Tudo neste mundo é influenciado por três forças: positiva (activa), negativa (reactiva/passiva) e neutralizante. A consciência é uma força do primeiro tipo, como é a criação e manutenção da vida; forças criativas que requerem esforço e provocam beneficio a um sistema holístico. A perversidade, as calamidades naturais, o oportunismo cego em detrimento dos outros, etc. são forças reactivas, geradas por algo que responde a certos estímulos sem inovação ou esforço. O Tempo, a tendência para os opostos se atraírem, etc. são forças neutralizantes.
Lei dos 7: No Universo existe tendência para desvios. Chama-se lei dos 7 porque as 7 notas musicais não têm a mesma distância de frequência em duas instâncias. Para se fazer uma música não podemos apenas descer e subir as 7 notas. Exige um esforço para compensar esses desvios, explorar e utilizar notas que condigam.
Lei do Acidente: Os eventos acontecem sobre a Lei do Acidente quando se passam sem conexão à linha de eventos que temos observado. Muitos acidentes podem não ser observados.
Lei da Causa e Efeito: Uma lei intermédia entre a lei anterior e a seguinte. Quando o que somos é que causa um efeito naquilo que nos acontece. Muitos acidentes (no sentido estrito da palavra) acontecem dentro desta lei.
Lei do Destino: O destino para Ouspensky está ligado àquilo com que nascemos: família, dinheiro, saúde, capacidade física, etc. Esta lei raramente influência a capacidade do ser humano se desenvolver, embora raras vezes o destino possa ter um impacto muito importante numa vida.
Lei da Vontade: Existem duas vertentes desta lei: a Vontade dos outros, e a nossa. De momento já vimos que a própria não existe de facto e pouco podemos dizer à cerca das dos outros. Podemos falar do que correntemente chamamos de vontade como "disposição." (Isto difere do que o Ouspensky apregoa, mas eu não gosto de como ele o diz.)

The Study of Man
Centros: É o nome que se dão ás secções do comportamento humano. Não têm propriamente ligação com características biológicas, ou psicológicas; é puramente um sistema de encaixar comportamentos humanos em categorias.
Centro Instintivo: Para o Ouspensky os instintos são coisas puramente básicas, que não são aprendidas: fome, sentidos, funções, desejo sexual, sono, etc.
Centro de Mobilidade: Controla tudo o que aprendemos a fazer, mas que cujo o processo em si se faz sem ser ponderado: escrever, andar, falar, equilibrar etc.
Centro Emoncional: Trata daquilo que são as emoções: suspeita, amor, querer, medo, solidão, etc. É importante para orientar acções e por ser mais rápido que o Intelectual.
Centro Intelectual: É responsável por todas as acções racionais e analíticas como: analise de dados, formação de teorias, comparação de resultados, etc.
Centro Magnético: Este acumula pensamentos que sobrevivem vidas e que contrariam a desordem normal do mundo: relacionado com a espiritualidade.
Centro de Gravidade: "É um objectivo mais ou menos permanente e a consciência da importância relativa das coisas em relação a esse objectivo." Este centro é normalmente pouco desenvolvido.
Timing dos Centros: Os centros têm velocidades de funcionamento diferentes. O mais rápido é o primeiro e depois vai ficando mais lento. Esta é uma das formas de os distinguir. É também importante ter em conta o tempo que temos quando usamos um Centro. Quanto mais Centros tentarmos usar, melhor serão os resultados, mas raras e importantes vezes não há tempo suficiente para isto acontecer.
Funções: O Ouspensky chama àquilo que os centros controlam de "Funções." Convém termos em conta que muitas vezes nós usamos centros errados para executar certas funções (como usar o Centro Emocional para analisar uma situação da nossa vida). A maior parte das funções são executadas por vários centros (por exemplo criar arte pode usar todos os centros, ou apenas 4, ou apenas 3). Isto varia de pessoa para pessoa, por isso não se inserem funções em Centros. Na seguinte lista encontram-se funções úteis e prejudiciais:
Identificação: Acontece quando nos deixamos levar por um fenómeno qualquer e nos esquecemos de nós próprios. Por exemplo, se tens que ir para um lugar mas em vez disso encontras algo que te atrai e esqueces o teu objectivo. Se acontecer em relação a uma pessoa chama-se consideração.
Imaginação: É todo o pensamento que não tem utilidade. "O que estará ele a pensar?", "Eu dava-lhe três socos caia para o chão." "Um dia gostava de pegar num unicórnio e ir a cavalgar pela floresta." Não inclui imaginação no sentido de pensamento criativo.
Emoções Negativas: São emoções que não têm utilidade. O ódio e o medo, por exemplo, apenas fazem com que se aplique um preconceito a uma pessoa ou situação, quando o pensamento racional é muito mais eficaz. As Emoções Negativas vêm provavelmente de uma imponderada aplicação do sistema "Prazer-Dor" do Centro Instintivo ao Emocional e da tendência de utilizar este último (por ser mais rápido) para resolver situações que muitas vezes podem ser delegadas ao Centro Intelectual.
Mentir: Mentir é uma função que usamos muito e é sobretudo prejudicial quando a usamos contra nós. As mentiras estão na base da imaginação, dos limiares, etc.
Auto-Observação: A auto-observação é uma forma de observar uma função ou o funcionamento de um dos centros. Um exemplo é quando nos observamos (durante ou depois) a exprimir um sentimento.
Auto-Reconhecimento: O auto-reconhecimento tem a ver com a observação do todo que somos nós. Por exemplo, de começo podemos reconhecer que temos vários "Eus" e que a nossa consciência permite um controlo débil daquilo que somos.
Formação/Formulação de pensamentos: Existem dois processos de criar ideias. Um utiliza pacotes de ideias pré-concebidos e forma quase automaticamente uma ideia para a ocasião. O outro depende de um processo mais lento por depender da análise e tratamento de informação e formula ideias mais complexas e bem adaptadas.
Papeis: São grupos de "Eus" que se manifestam dependendo de certas condições. Esta manifestação pode não ser observada por outras pessoas e raramente é observada pelo próprio, sendo nesses casos justificada por limiares (ver a baixo.)
Limiares: São "desculpas" que usamos para justificar a existência de vários "Eus" e os seus conflitos (por exemplo "Isto aconteceu porque quando eu fico chateado tem que sair tudo da minha frente.")
Outras Divisões:
Personalidade / Essência: A personalidade é constituída por aquilo que vamos retendo; informações, frases, etc. Protege a nossa essência do mundo. Pertence à essência tudo aquilo com que nascemos: físico, saúde, predisposições, tendências, etc.
Conhecimento / Ser: O conhecimento é o que conseguimos assimilar (de forma a poder ser utilizado pela nossa capacidade de raciocínio e de abstracção) de uma certa informação. O ser é aquilo que somos neste momento. É a soma de tudo o que nos compõe: o nosso conhecimento, a nossa experiência, a nossa essência, personalidade, etc. Segundo Ouspensky, a distância que temos que percorrer neste "quarto caminho" é igual à diferença entre aquilo que somos e aquilo que pensamos que somos. (É bom reter que o conhecimento não é facilmente transmitido, porque a mesma informação vai ser assimilada ou não por pessoas dependende do ser destas.)
Aparelho de Formação:

Técnicas:
Usar Auto-Observação/Reconhecimento frequentemente: Temos que aprender o que somos, como funcionamos. Como as condições mudam a nossa forma de pensar, agir, sentir.
Esforço: Para podermos observar bem o que fazemos devemos esforçar-nos, porque nos lembramos dos nossos esforços e porque nos dá uma certa disciplina. Devemos contrariar aquilo que vemos que é mecânico, de forma a compreender como funciona. Devemos tentar contrariar o prazer de estarmos estáticos, para aproveitarmos o proveito de sermos activos.
Abolição das Emoções Negativas: Lendo Ouspensky parece-me que as emoções negativas são uma forma reduzida de interpretar os nossos instintos e de achar que o nosso centro emocional há de beneficiar de dor e desagrado.
Abolição da Identificação e Imaginação.
Entrar na Lei da Vontade: Ao respeitarmos estas outras técnicas e ao criarmos um Centro de Gravidade bem desenvolvido, nós fazemos com que os eventos que se passam na nossa vida saiam das Leis do Acidente, Causa e Efeito e Destino e façam parte da Lei da Vontade.

Consciência

Valdomiro Halvei Barcellos

“Senhor ajuda-nos a transitar das trevas para a luz, da mentira para a verdade, e da morte para a imortalidade.”

Esta oração dos upanishads, um dos livros do Vedanta, cujo título significa:ajoelhado aos pés do mestre para aprender, sintetiza o trânsito que deve fazer o ser para encontrar a sua consciência. A treva é não-ser, onde a ignorância predomina; a mentira significa a paixão, ilusão, causas de sofrimento, aquele sentido de permanência às coisas que são impermanentes; transitar da morte para a imortalidade; é o caminho para a aquisição de Sabedoria, isto é , sair do corpo para a Consciência Plena.

O Almirante Hardy, da marinha norte americana, exorou uma iluminada oração, provavelmente inspirada nos upanishads, que sintetiza as ações do homem em busca de sua consciência: “Senhor ensina-nos a fazer tudo aquilo que devemos fazer, e, ensina-nos a não fazer tudo aquilo que não devemos fazer,e, dá-nos Sabedoria para distinguir um do outro.”

Os estudiosos do comportamento humano constataram que houve uma dissociação entre a personalidade e o Psi, a consciência profunda, indivíduo. A personalidade forja-se nas experiências-existenciais e a Individualidade o Ser, que continua a viver, é o somatório das experiências-existenciais. Essa dissociação nos faz viver , ou no passado, personalizando, ou identificando-se, ou no futuro, imaginando, ou projetando algo que nunca aconteceu, ou talvez jamais venha a acontecer.

As técnicas para o desenvolvimento da consciência nos levam a estabelecer uma ponte de união entre a personalidade e o SÍ-PSÍ, tornando o SER Consciente, integral, pleno, tais as da meditação.

Somos conscientes ou estamos conscientes, qual o nosso nível?

Pedro Ouspensky, discípulo de Gurdjieff, dividiu os grupos humanos em quatro níveis de consciência:sono, consciência de vigília,consciência de si e a consciência objetiva; sendo que um dos níveis, o de consciência de vigília, o Professor Divaldo P. Franco, sob o enfoque do pensamento espírita, dividiu em estado de despertar semi-dormindo e estado de consciência desperta lúcida.

O sono é um estado puramente subjetivo e passivo. O homem está rodeado de sonhos. Todas as suas funções psíquicas trabalham sem direção alguma. Não há lógica, não há continuidade, não há causa e nem resultados nos sonhos.Imagens totalmente subjetivas, ecos de experiências passadas, oui ecos de vagas percepções do momento, ruídos que chegam ao adormecido, sensações corporais, tais como ligeiras dores, sensação de tensão muscular, atravessam o espírito sem deixar mais que um tênue vestígio na memória, e quase sempre sem deixar sinal algum. Os valores dormem. Tudo está em latência.São os homens fisiológicos, boca a baixo:comer, beber, dormir, copular sem aspirações, no entanto, o Divino nele Dorme...

O segundo grau de consciência aparece quando o homem desperta.Trabalhamos, falamos, imaginamos que somos despertos, lúcidos. Segundo a divisão proposta para o nível de consciência de vigília temos: o estado desperto em sono: somos mais o ontem do que o amanhã, semi-interiorizados, o ideal não é ainda muito interessante. O sono permanece com todas as suas impressões. O homem sabe mas não que aplicar o que sabe. Ao sono se acrescenta uma atitude crítica para com as impressões dos sonhos; estes já exercem influência intuitiva. Começam a surgir pensamentos mais bem coordenados, ações mais disciplinadas, sentimentos de contradição e de impossibilidade, ausentes totais na de sono. O homem já distingue entre o EU e o NÃO-EU.

Na consciência lúcida aspira ideais. Analisa, calcula, já começa a discernir sobre o que pode e deve; deve mas não pode; pode mas não deve. Tem alguma religião mesmo que seja como representação social. Atormenta-se quando não aplica bem e para o bem o que sabe. Busca a retificação das experiências que não deram certo. É o homem psicológico, que pensa antes de agir. Alimenta-se, dorme, e tem sexo, para viver, e não viver para; porque quando inverte cai no nível de consciência de sono.Os níveis de consciência de sono e desperta são os estados em que vivemos nós, oitenta a noventa por cento da humanidade. Mas poderemos atingir outros estados após dura e prolongada luta, impulsionando a vontade, os de consciência de si e de consciência objetiva.

A consciência de si é o estado em que o ser se torna objetivo em relação a si mesmo.Para iniciar o desenvolvimento deste nível temos que entender que somos máquina, que age por influências e choques exteriores. A idéia de que o homem é uma máquina não é nova, é realmente o único ponto de vista científico possível, pois é baseado na experiência e na observação. Durante a segunda metade do século XIX o que se chamava psico-fisiologia dava uma definição muito boa da mecanicidade do homem.Entender que somos uma máquina mas muito singular que pode deixar de ser máquina é o que possibilitará então a controlar a máquina. Para tal, temos que controlar as funções da máquina, que são sete segundo Ouspensky: função intelectiva, emotiva, instintiva, motora, sexual, emotiva-superior, intelectiva-superior.

A função intelectiva é a do pensamento, dos processos mentais: percepção de impressões, formação de representações e conceitos, raciocínio, comparação, negação, formação de palavras, linguagem. O ser usa a razão a benefício da vida. Procura a melhor técnica, o melhor método para viver. Ao seu lado está a função emotiva: alegria, tristeza, medo, surpresa, etc. Temos que estabelecer o equilíbrio entre a emoção e a razão; a meditação nos levará a isto.A função instintiva compreende quatro espécies de funções: trabalho interno do organismo, os sentidos, emoções físicas (dor, sabores, odores, prazeres), reflexos, risos, bocejos. A função motora: os movimentos exteriores, caminhar, correr, escrever, falar,movimentos esportivos. As diferenças entre as funções instintivas e motoras é que estas precisamos aprender e aquelas não. Existem funções motoras anormais ou estranhas: falar por falar, falar consigo mesmo, tiques, cacoetes. As técnicas de correção de postura fazem parte da função motora.

Somente após o controle das funções – instintivas, intelectivas, emotivas e motoras – poderemos controlar a função sexual, que em síntese constitui-se em governar as polaridades masculina e feminina e utilizá-la para a vida e não viver para fruí-la. Não obstante, o controle da função sexual demanda estudos específicos. Estas funções devem antes de tudo ser compreendidas em todas as manifestações, depois, é preciso observá-las em si mesmo. Esta observação de si que deve ser feita a partir de dados corretos, com prévia dos estados de consciência e das deferentes funções, constitui a base do estudo de si, isto é o início da psicologia.

É muito importante recordar que,enquanto observamos as diferentes funções, cumpre observar ao mesmo tempo, sua relação com os diferentes estados de consciência.

As funções emotivo-superior e intelectiva-superior só podemos anelar após o controle das cinco funções. A função emotivo-superior é o encontro com o ideal, é o êxtase. É quando projetamos vida no que fazemos, à semelhança dos artistas clássicos. Como Santa Teresa De Ávila; que vivia quando morria – dormia -; como a semente que se deixa morrer para viver, chegamos então a função intelectivo-superior, após o que entramos no estado de consciência objetiva, nesta função compreendemos que só existe vida. Vivemos o ideal. A verdade é real, verdade que inexiste no nível de sono, que é relativa na consciência desperta, sua verdade na consciência de si. Atingimos o total domínio da máquina. A consciência objetiva é a profunda, é extra-física. São aqueles seres que pairam acima da humanidade, e os que a impulsionam e dirigem:Sai-Baba, Chico Xavier, Albert Schweitzer, Einstein, Allan Kardec, Gandhi, Madre Teresa de Calcutá, Maria, Buda, Francisco de Assis,Jesus; deixaram de pensar em si para pensar na humanidade.

Para facilitar diríamos que o estado de sono é aquele em que os instintos imperam e agitam; no de despertar, temos o período analítico; adquirindo a consciência de si o ser passa a empregar a intuição e na consciência objetiva temos os místicos.

Conceitos de Consciência

“E um pensamento íntimo, que pertence ao homem, como todos os outros pensamentos.” Allan Kardec.

“É o encontro com outras dimensões da vida e possibilidades extra-físicas de realizações; como o contributo da psicotrônica, psicobiofísica, psicologia transpessoal, mediunidade, meditação.”Ser Consciente

“Ser consciente é ter existência real.” O homem integral.

“Um atributo altamente desenvolvido na espécie humana.” Idem ib idem.

“Relação dos conteúdos psíquicos com o ego, na medida em que é percebida pelo ego.” C.G.Jung.

"É onde está escrita a Lei de Deus.” Livro dos Espíritos.

“Soma de muitas coisas que redundam em muitas coisas que o identificam.”Prof H. Rodrigues.

“Conhecimento interior, independente de sua atividade mental. É antes de tudo tomada de conhecimento de si, o conhecimento de quem ele é, de onde está, do que sabe e do que não sabe, e assim por diante.”Ouspensky.

“É um estado no qual o homem se torna objetivo em relação a si mesmo. Objetiva contato com o mundo real, objetivo, do qual está separado pelos sentidos, sonhos, e pelos estado de sono desperto de consciência.”Ouspensky.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Envelhecer - Carlos Drummond de Andrade

Os ombros suportam o mundo
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Envelhecer - Humberto de Campos

Na manhã da existência, ouvindo o peito,
que previa teu vulto no caminho,
dentro em minha alma levantei teu ninho,
e, nesse ninho, preparei teu leito.

Desceu a tarde, e ainda me viu sozinho.
Murcham as flores, que, de leve, ajeito;
de novas rosas tua colcha enfeito,
e o travesseiro, novamente, alinho.

Cai, tristonho, o crepúsculo, na estrada.
Alongo os olhos, atirando um beijo
à forma vaga do teu corpo… E nada!

Recomponho as palavras que não disse.
E, apagando a candeia do Desejo,
adormeço na noite da Velhice.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Sorria

Tomar o mundo feito Coca-cola (Lulu Santos, Último Romântico)

Vamos colocar aqui algumas observações trabalhadas na evangelização infantil, ontem de manhã no centro.

Viver em alegria é encarar a vida como uma grande oportunidade de aprendizado. Num exemplo colocado, uma criança tomando sorvete com alegria, vivencia aquele momento com intensidade. O Cristo encarava cada dia do planeta como uma grande oportunidade de trabalho, com otimismo e realismo. Jesus tem uma fé inquebrantável e por isso mesmo vivia o momento com alegria, com uma segurança de que tudo está dentro dos planos divinos.

Viver o momento é um exercicio que deve ser empreendido nas escolas de aprendizes, pois ao realizá-lo conseguimos ter contato conosco mesmo, ou como se diz, temos a (des)conhecida Lembrança de Si.

Primeiramente que fique claro que não gostamos de nos esforçar. Ainda estamos criando mecanismos de vermos prazer em nos esforçar em todas as coisas. Deus vem nos empurrando na marra com algumas tarefas, ora nos colocando em situações difíceis (que nos obriga a mover-nos), ora utilizando de nossos defeitos para buscarmos algo melhor (orgulho, egoísmo e seus filhotes).

Tudo que nos obriga a nos esforçar nos estressa, como manter a atenção, manter a concentração, manter o foco. Quanto mais nos esforçarmos e treinarmos, quanto mais praticarmos as virtudes, mais fortes ficaremos, mais condicionados ao bem ficamos, mais capazes nos tornamos. É como andar de bicicleta: no primeiro dia nossas pernas estão doendo e esta dor vai passando ao longo das semanas - até num certo momento o que era dor se torna prazeroso.

A prece, manter pensamentos positivos, não falar mal (ou pensar) dos outros, manter a concentração tudo isso estressa. Para pessoas que realizam atividades repetitivas, ao longo dos anos, começa a mandar as atividades para os departamentos instintivos, mecânicos e com o tempo as coisas saem automaticamente. Aquele que trabalha com passes, roda ou passista, deve buscar mecanismos pessoais de manter a concentração, pois é compreensível cair na rotina e passar batido por aquele caso do assistido. É uma luta íntima e diária que cada um travará conforme sua personalidade e recursos.

Para se manter o bom humor, devemos encarar bem as coisas, ok, isso todo mundo entendeu. Devemos escolher a nossa vida, decidir por ela, ok, isso em tese vale, mas sabemos que algumas coisas que foram decididas lá atrás precisam ser cumpridas. E coisas como empregos, não estão tão ao nosso bel prazer de escolher, a vida não é tão optativa assim (ou ainda não sabemos que ela realmente é, não conseguimos enxergar assim).

Vem dias em que vêm os problemas. E muitas vezes caimos, ficamos tristes. Precisamos nos levantar e buscar a alegria.

Lembrar de si, se valorizar de maneira realista (sem pessimismo ou falsa euforia), ter auto-confiança, ter reconhecimento sobre si mesmo, respeitar a si próprio, se ligar ao mentor, se ligar ao Cristo e a Deus... Frequentar a sua religião ajuda muito, seja qual for, é melhor que novela e programas de auditórios.

Emmanuel disse que sempre devemos dar aos outros o que temos. Dai de graça o que recebemos de graça. Mas que não se pode dar aos outros o que não temos, exceto a alegria. É para pensar e refletir, já fazemos isso, já somos assim: quando um filho vem sorrindo para nós, muitas vezes estamos com problemas, mas lhe damos alegria naquele momento. Filho faz isso com a gente, um adulto não nos induz a alegria. Por isso devemos nos excercitar e tentar dar alegrias a pessoas que não nos são íntimas (como o citado filho).

Por isso, procure entender o momento ímpar que você está vivendo e sorria, sorria muito, seu sorriso ilumina todo o seu ambiente, enche-nos com sua energia e tudo o que está ao seu redor transformar-se-á numa cúpula de amor e as pessoas te darão todo o amor e auxílio que você precisa.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

A FORÇA DAS TRADIÇÕES – By Zaki

Quando comemos uma simples coalhada árabe, com um pãozinho sírio e temperada com azeite, agradecemos aos nossos irmãos Ismaelitas por este hábito que, aqui no Brasil, tão naturalmente ganhou adeptos. Por traz de tudo isso existe uma tradição de séculos ou até milênios.

Os primeiros humanos devem ter experimentado de tudo, até plantas venenosas e com o passar do tempo, os grupos trocavam informações e com isso não precisavam seguir experimentando aleatoriamente. Com o tempo vimos que foi ocorrendo uma longa seleção do que era bom e não era, do que funcionava e do que não funcionava, do que vale ou não vale a pena.

Por mais que os espíritos vem e vão, com as gerações espirituais que hora migram para a terra, ora se dirigem a outros orbes, a humanidade vai evoluindo e criando uma tradição do que dá ou não dá certo. Foi esta troca constante de informação em grupos pequenos, médios e grandes que diferenciou o Homo Sapiens Sapiens (nós) do Homo Sapiens (como o Neanderthal) - o primeiro dominou o planeta e o segundo se extinguiu.

Quando vai chegando o carnaval nós sabemos que, salvo incêndio como este, as escolas entrarão na avenida e não há quem as segure. Cada escola conta com um espetáculo de centenas de fantasias, alas, ritmo, evolução, alegorias, samba enredo... Tudo isso sendo resolvido ao longo de décadas. Se por um acaso fosse necessário um desfile em julho, as escolas se mobilizariam e conseguiriam este feito. Já sabem os caminhos, já confiam nele.

Em época de Copa do Mundo, sabemos que Itália, Alemanha, Argentina e Brasil entram para ganhar. E se numa copa um destes vai mal, o país (torcida imprensa, federações, técnicos...) pressiona e se mobiliza para reverter isso. Existe um caminho já conhecido do que leva ao sucesso, do que não leva.

O ser humano precisa das tradições, elas são a nossa força. As tradições estão no nosso trabalho material, nas religiões, em nossa família, na nossa comida, em nossas roupas, em tudo o que está ao nosso redor. Tudo o que foi testado ao longo do tempo, por gerações, por épocas e costumes diferentes, tudo isso se agrega às tradições e as fazem evoluir.

A tradição não é imutável, ao contrário, pode ser lapidada, refinada. Existe sim uma Verdade maior, as tradições nos aproximam desta Verdade, nos fazem tocar de raspão uma parte Dela.

Conservação e Renovação são duas leis naturais, detalhadas já no Livro dos Espíritos de Allan Kardec. Não podem duas leis serem antagônicas, mas ao contrário, são leis que se encaixam, que testam a vida e a provocam com para a evolução pela dualidade e ritmo. Faz parte das tradições conservar o conhecimento do que se julga importante, principalmente no que se refere a princípios morais, filosóficos e práticos. Mas faz parte das tradições que tudo aquilo que conservamos, que se sustente por si só, principalmente com o passar dos anos. A Fé inabalável é aquela que pode encarar face a face a verdade ao longo dos séculos, como assim disse Kardec. Foi assim que o judaísmo e outras filosofias sobreviveram ao longo de milênios: se conservando e se depurando. O judaísmo de hoje é muito melhor que o de 2 mil anos atrás, evoluiu juntamente com a humanidade, mesmo se baseando em textos antigos (conservação), hoje o que se vê é uma prática livre e aprofundamento nos estudos da Zohar (renovação).

A Religiosidade é uma coisa pautada na tradição. A tradição é pautada naquilo que funciona, que dá certo. A tradição não é o fazer por fazer, por que todo mundo faz e "sempre" fez. A tradição está aí de peito aberto para ser testada.

Minha avó rezava todas as noites por cada familiar, com o seu Terço. Foram 92 anos de vida, possivelmente com quase 90 deles rezando. Você acha que ela rezaria a vida toda se fosse alguma coisa que ela não teria testificado que funcionasse? Ela rezava, assim como milhares de avós e bilhões de pessoas rezam todos os dias pois isso funciona, dá certo. O cético está aguardando os resultados da ciência para se certificar que a prece dá certo. Mas a humanidade já há muito tempo já descobriu que o caminho da prece é um caminho que dá certo.

A Religiosidade é uma tradição humana que desafia os céticos. Quem tem olhos científicos verdadeiros se perguntará: se a religiosidade fosse este câncer dos céticos, por que a humanidade, tão brilhante e inteligente, não a abandonou? O politeísmo foi abandonado pelo monoteísmo. Um sobe e outro caí. Mas o Catolicismo se renovou, assim como o Islã e o verdadeiro protestantismo e todos eles vem com mais força que antes, com mais corpo. Ou seja, se não tivessem verdades grandes ali dentro, eles teriam perdido forças ao invés de se renovado. A tradição humana não é burra, foi ela que chegou à ciência que o cético hoje se delicia. E foi ela que chegou à Fé em Deus, que o cético se revira na cama.

A Reforma Íntima é atrelada às religiões. Por muitos séculos ela foi maltratada, mas basta que as pessoas busquem as palavras de luz, como por exemplo no novo testamento, para perceberem que não há religiosidade que dê certo se não nos renovarmos os nossos sentimentos - e com isso também nossas atitudes e pensamentos. A tradição humana há muito tempo mostra que os que conseguiram religar-se (daí vem religião) a Deus, o conseguiram através de um esforço de renovação, entrando por uma porta estreita. Se eles conseguiram, podemos conseguir também e assim vamos todos atrás deles experimentar o caminho.

A tradição é uma coisa que se passa através dos livros, mas o canal principal é a tradição oral, aquela que se compartilha a vivência, principalmente em grupos. Escolas nascem aí. A tradição mostra que a melhor forma de eu transmitir nossos conhecimento é em grupo, e que cada qual possa tirar dúvidas, refletir, colocar-se, trocar, acolher, não julgar... No futuro das escolas iniciáticas dominarão o planeta. Elas sempre existiram, mas num mundo onde a média evolutiva desta geração de espíritos ainda estava baixa, elas não se expandiram. Agora que estamos mais crescidinhos, podemos usufruir desta idéia (de escolas) que nunca morreu pois sempre deu certo, mesmo passando a humanidade por 15 séculos de muitas dificuldades.

No Espiritismo estamos criando a nossa tradição do que dá certo e do que não dá certo. Se voltássemos aos anos 1940 talvez não gostássemos muito de algumas práticas espíritas da época, talvez optássemos por outra religião. Hoje já sabemos que o caminho da assistência espiritual dá certo, já sabemos que cursos são necessários, que o trabalho voluntário é básico para se colocar em prática o que se aprende, que a reforma íntima deve ser trabalhada a vida toda, que a mediunidade é ferramenta de Deus para auxílio...

Mas conversando com as pessoas de centros, principalmente mulheres, percebo nelas um certo incômodo. Elas querem testar mais coisas. Não pode existir somente estas coisas, elas vivenciaram outras coisas espirituais que funcionam, elas querem ver como isso se encaixa no espiritismo e vice e versa. Estão aparecendo pessoas de muita luz que explicarão estas práticas não espíritas à luz do espiritismo. E o Zaki aqui tá feliz, pois sempre pensou nisso: o que é verdade não pode conflitar com outra verdade, por isso se uma coisa é verdade ela é de Deus também. Florais, UFOs, Tai Chi Chuan, Meditação entre outras coisas são de Deus e tudo isso será harmonizado com o espiritismo por estas pessoas de Luz.

Faz parte da tradição espírita a renovação: movimentos novos (união sim, unificação não), estudos, evolução da compreensão, qualidade (e não quantidade), respeitar as outras práticas religiosas (pois elas trazem sabedorias de séculos e milênios)... Assim como integrantes de uma escola de samba, como vamos nos colocar nas tradições da nossa religião?

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Não prender-se ao passado...

Gn 19,26: "Mas a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida em uma estátua de sal."

"Para conquistar a felicidade precisamos deixar o passado ir embora. E o passado só vai embora quando conseguimos resolver todos os relacionamentos inacabados, em que nos envolvemos em mútuos compromissos que nos amarram a pensamentos negativos e impedem nosso progresso. Conservar rancor, ideias de injustiça, insatisfação, culpa, frustração demonstra que a pessoa não tem condições de poder desfrutar de uma vida feliz e serena. Por isso é preciso limpar essas energias, e isso só se dá quando percebemos que somos responsáveis por tudo quanto nos acontece, quando deixarmos de culpar os outros por nossa infelicidade. Essa descoberta faz com que todos os sentimentos negativos criados por um enfoque errado de ver a vida desapareçam."
(Zíbia Gasparetto)

"Uma pessoa inteligente não se prende ao passado morto, não carrega cadáveres.
Não importa quão belos eles sejam, quão preciosos sejam, ela não carrega cadáveres.
Para ela, o passado terminou, ele se foi para sempre.
Este é o segredo da iluminação: ela acontece em estado de relaxamento, em um profundo estado de repouso".
(Osho)

"Prender-se ao passado é deixar de viver o presente…
O amor não correspondido, o ego ferido, a oportunidade perdida, a palavra dita…
Para tudo isso, não existe volta. Passou. Acabou. Já foi…
Remoer velhas feridas, alimentar falsas esperanças… Tudo será em vão, não encontrará aquilo que busca e só irá aumentar o seu sofrimento. É hora de curar-se. Deixe isso tudo para traz, definitivamente e tenha em mente que se tudo isso passou e não ficou em sua vida, é por que simplesmente não era teu.
Valorize as coisas e as pessoas que merecem ser valorizadas e deixe o resto no esquecimento. Seu tempo é precioso, não vale a pena desperdiça-lo com quem simplesmente nunca fez por merecer…
Viver o presente é uma dádiva e uma oportunidade de não deixar espaços para arrependimentos futuros…
Aproveite as oportunidades de agora, dedique-se àqueles que ama e que te amam agora, explore o agora, esse é seu momento, faça de hoje algo realmente especial…
Viva plenamente o seu presente para não se prender ao passado depois…"
(Rafaella Lourdes)

"Prender-se ao passado é deixar de viver o presente…
O amor não correspondido, o ego ferido, a oportunidade perdida, a palavra dita…
Para tudo isso, não existe volta. Passou. Acabou. Já foi…
Remoer velhas feridas, alimentar falsas esperanças… Tudo será em vão, não encontrará aquilo que busca e só irá aumentar o seu sofrimento. É hora de curar-se. Deixe isso tudo para traz, definitivamente e tenha em mente que se tudo isso passou e não ficou em sua vida, é por que simplesmente não era teu.
Valorize as coisas e as pessoas que merecem ser valorizadas e deixe o resto no esquecimento. Seu tempo é precioso, não vale a pena desperdiça-lo com quem simplesmente nunca fez por merecer…
Viver o presente é uma dádiva e uma oportunidade de não deixar espaços para arrependimentos futuros…
Aproveite as oportunidades de agora, dedique-se àqueles que ama e que te amam agora, explore o agora, esse é seu momento, faça de hoje algo realmente especial…
Viva plenamente o seu presente para não se prender ao passado depois…"
(Rebel Heart)

"O passado que não serve para enobrecer o presente, financiando ações profícuas neste para propiciar melhorias no futuro, se fosse possível, não deveria ser lembrado.
Há pessoas atormentadas pelos erros que cometeram, pelas falhas, quedas e lembranças que se tornaram traumas, fobias em suas vidas. Não se dão conta de que seus medos do passado estão ampliados pela interpretação que deram aos acontecimentos.
Toda vez que, por exemplo, acessamos as lembranças de um chefe que nos humilhou publicamente, sentimos, em maior ou menor intensidade, as mesmas coisas que sentimos na época. Aquele que não for capaz de reeditar essa humilhação, abrirá, em milésimos de segundos, lacunas para que o passado irrompa o tempo e torne-se, novamente, presente na vida do ser humano, impedindo-o de agir AGORA para modificar sua História.
Guardamos tantas lembranças boas, mas, grande parcela de nós traz à tona apenas as ruins, sem termos conhecimento de que estamos vivenciando mais uma vez o que nos acontecera e abrindo espaço para financiar nossos medos, angústias, tristezas.
É como a criança que, aos cinco anos, ouve da mãe: “Filho, se você não dormir o bicho papão vem te pegar” (alguns gostam mais da KUKA).
Naquele momento seremos convencidos de que temos de dormir rapidamente, e milhares de pensamentos prejudiciais são lançados na seara da mente do tenro ser humano. Diariamente, ele irá acumular milhares que, aos poucos, serão milhões de pensamentos e ideias, imagens e sensações de medo, receio em não dormir. Entretanto, esses registros feitos na mente da criança o acompanharão pelo resto de sua vida, se ele não for capaz de aprender a ressignificar o que ouvira. Tais pensamentos e ideias poderão lhe sugar forças em outras situações que não tenham vínculo qualquer com DORMIR ou com BICHO PAPÃO.
Quantos projetos não são lançados por empreendedores que tiveram rápida falência outrora. Quantas pessoas não se relacionam mais amorosamente por medo de sofrerem, por traumas do passado, como uma separação por traição, desamor. Quantos sonhos não são mais sonhados por que somos reféns do passado.
Quantos pais não abraçam seus filhos, porque são reféns do passado sombrio que tiveram com os seus genitores, que não lhe abraçavam.
O incrível é que muitas pessoas preferem, mesmo sabendo que o passado lhes faz mal, lembrar dele, mas sem a intenção de reeditá-lo, ressignificá-lo, encontrando senão alento, pelo menos aprendizado, por mais difícil que pareça.
Programe, plante na sua mente boas lembranças. As ruins, traga-as para sua imaginação, lembre-se delas, mas, reedite seu significado, colocando novas imagens, sons, cheiros nas lembranças. Se você, por exemplo, lembra de um sócio que lhe “passou a perna”, traga a imagem dele até sua mente agora e, vá imaginando o quanto você pode aprender com aquela situação, procure compreender os motivos da ação da pessoa. Olhe para a pessoa que está na sua mente, como observador apenas, sem ressalvas, sem ódio, mas com compaixão. Paulatinamente, diga a ela que a entende e que fora muito bom o tempo em que passaram juntos e que agradece pelos ensinamentos que recebeu, mas, está na hora de se despedir dela. Abrace a pessoa na sua mente e diga que a perdoa, depois, diga adeus.
Não se foge das dores, das lembranças. Ou lutamos contra elas a ponto de transformá-las em aprendizado, crescimento, ou elas dormirão conosco para o resto da nossa vida.
Não permita que seu passado lhe aprisione. Não seja algoz de si mesmo. Traga seu passado à tona para discutir com ele, dialogar com ele, a ponto de se entenderem, para que você possa tomar novos rumos e caminhar por estradas menos íngremes, cujos desníveis estão dentro de você e não na estrada em si".
(Um bom Programador em Neurolinguistica)

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

A unidade na diversidade - Tradições espirituais

Certa ocasião Gandhi disse: “Não quero minha casa murada por todos os lados, nem minhas janelas fechadas. Quero que as culturas de todos os países soprem para dentro de minha casa com a maior liberdade possível“.

Todas as culturas e religiões apresentam correlações éticas e espirituais e testemunham a perfeita integridade do Plano Superior. Penso que somente quando nosso coração se abrir com amor e reverência para a diversidade racial, cultural e religiosa, estaremos realmente vivendo valores humanos. Afinal, valores humanos não são um discurso vazio, mas o que somos. Viver valores evidencia o esplendor da nossa humanidade e a coerência entre pensamentos, sentimentos, palavras e ações; é a fé posta em prática. O grande interesse pela espiritualidade, que hoje se observa, justifica a busca da unidade na diversidade das expressões culturais e religiosas de todos os povos. A unidade do conhecimento revelado nos ensina diferentes maneiras de praticar verdades eternas, e ensina que, partindo da condição humana, podemos revelar nossa natureza divina. Eu escolhi nesse artigo alguns pensamentos de mestres das diversas culturas e religiões para exemplificar a beleza da sabedoria dos povos. É fundamental, para a construção de um mundo mais justo e harmônico, acolher com respeito e amor a diversidade racial, cultural e religiosa. Espero que possamos mergulhar nesse manancial de sabedoria e dele emergir transformados, celebrando a vida como forjadores de transformações.

“Quando vocês atacam uma determinada religião, na verdade estão agredindo a sua própria religião. O divino é onipresente e não pode ser confinado a um retrato ou estátua num pequeno altar. Pratiquem a religião do Amor. Amor como pensamento é Verdade, amor como ação é Retidão, amor como sentimento é Paz, amor como compreensão é Não Violência”.
Sathya Sai Baba

“Primeiro elimina o engano da tua visão. E depois livra o teu companheiro do erro. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia num alqueire, mas no velador, para que ela alumie a todos que se encontram na casa. Assim, brilhe a tua luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”.
Jesus Cristo

“Tal como um rochedo não é balançado pelo vento, um sábio não vacila diante de acusações ou elogios”.
Buda

“Da covardia que foge da nova verdade, da preguiça que se contenta com meias-verdades, da arrogância que pensa que sabe toda a verdade, Oh! Deus da Verdade, livrai-nos”.
Prece judaica

“A riqueza não provém da abundância de bens materiais, mas de uma mente tranqüila e de um coração feliz”.
“Deus é tudo e está em todos”.
Maomé

“Busquem sua felicidade na felicidade de todos”.
Zoroastro

“O mero fato de nascer não conduz à grandeza; o cultivo das virtudes é o que nos leva a alcançá-la”.
Mahavirad – Jainismo

“Trate seus semelhantes como gostaria de ser tratado”.
Sikhismo

“O sábio não se preocupa com tesouros materiais. Quanto mais ele dá aos outros, mais tem”.
Taoísmo

“Bendito o que é iluminado pela luz da cortesia e traja a veste da probidade: ele atingiu a sublimidade”.
Bahai Ullah – Bahaismo

“ Eu saúdo o homem de caráter, a mulher de caráter, o velho de caráter e a criança de caráter. Saúdo o povo de caráter”.
Tradição Ioruba – África

“A vida é um encontro sagrado com a Suprema Alegria”.
Xamalú - Xamã Andino

“Toda nova realidade nasce de um sonho”.
Sibupá- Cacique Xavante

“Devemos ser irmãos de todos os seres e de todas as coisas”.
Tradição Sioux - Indígena norte americana

Quero lembrar que, mesmo que tenhamos tido a experiência de tudo o que nos foi ensinado pelos mestres e que foi traduzido pela sabedoria dos povos, é preciso cultivar as sementes da divindade que vibra e pulsa dentro de nós pela prática das virtudes e valores humanos. Perceber e sentir o divino em toda parte, na natureza, nas pessoas e em tudo que fizermos é auto-realização. Desse modo, conheceremos o poder do agora, e cada momento de nossas vidas será uma manifestação milagrosa da Presença Divina.

Marilu Martinelli

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

O Batismo de Jesus e a FDJ

Vim para lançar fogo à Terra; e que é o que desejo senão que ele se acenda? -Tenho de ser batizado com um batismo e quanto me sinto desejoso de que ele se cumpra! (Lucas, cap. 12, ver. 50.


Jesus, foi o líder espiritual que montou o planeta terra. Para nós uma missão difícil, complicada. Se avaliarmos, ele teve que criar os 4 reinos e preparar, juntamente com muitos espíritos de escol, todos os detalhes, físicos, espirituais para que os planos divinos frutificassem. Dentro deste gigantesco planejamento, ele reencarna para uma missão simples de explicar: exemplificar a lei de amor.

Assim como Cristo, todos nós temos a nossa missão, todos temos o que fazer aqui na terra. Antes de reencarnar, planejamos e vamos mantendo o planejamento atualizado durante a encarnação, ajustando-o de acordo com as nossas decisões, afinal planejar não é interferir no livre arbítrio.

É comum, ao longo de nossa existência percebermos a nossa missão, aquela que planejamos antes de nascer, e durante a nossa vida. É comum sentir uma ajuda do plano espiritual durante anos, semeando, semeando, semeando o nosso coração, até que estejamos preparados para mudar de grau.

A vida é uma escola, mas os grupos que desejam crescimento montam escolas iniciáticas, dentro e fora das religiões, para encarnados e para o plano espiritual. As escolas educam, nos ensinam na prática a mudar o nosso interior e a buscar esta renovação sempre. Uma pessoa verdadeiramente iniciada pode te fazer mal, mas mais dia ou menos dia ela irá refletir e se arrepender do que fez. Legal, né? O mundo precisa de escolas iniciáticas? Certamente, prontamente.

Voltando ao Cristo. Ele, mesmo sendo ele, veio com uma missão e se preparou para isso. Foi trabalhando, estudando, refletindo, vivenciando... Num momento ele é questionado sobre se será batizado. Em algumas traduções, como a acima, ele afirma que anseia muito o batismo. Em outras ele diz o mesmo e acrescenta que será batizado quando for a hora certa (ou quando ele quiser). Tudo tem a sua hora. Mesmo Jesus iria naquela encarnação subir de grau, vindo com a missão de Messias.

E num certo momento, no momento certo, Jesus vai para a fila do batismo. Ali estavam muitas pessoas diferentes, gente mais esclarecida, gente mais endurecida. Todos com muita vontade de abraçar a causa do Messias. E o próprio ali estava, junto deles. Na mudança de grau, todos que estão para mudar estão na fila. Cada um ali com o seu degrau. João Batista não está lá para julgar se fulano é isso ou aquilo. João está lá a trabalho, fazendo a parte dele, orientando, esclarecendo, dando o seu tempo, energia (fluidos) para eles. Jesus afirmou que dos encarnados daquele momento, João era o maior. Mas não maior que o próprio Mestre. Conhecidos de outros tempos João vê o próximo da fila e o próximo é ele mesmo, Jesus.

João se escusa e diz que não pode ele batizar Jesus e sim o contrário. Jesus pede que ele siga com o seu trabalho. Realmente o batismo é feito por João, mas o compromisso de Jesus naquele momento era com o Pai, era com Ele que Jesus abraçava a sua cruz, a sua missão ainda muito incompreendida nos dias de hoje (e que não é escopo deste post). Jesus ali iniciaria a sua missão maior na terra e ao mesmo tempo a de João ia se finalizando. João preparou o terreno para o Mestre. Mas Jesus tinha a sua missão e o batismo foi o selo que ele escolheu para sua subida de grau.

A Fraternidade dos Discípulos de Jesus (FDJ) foi criada ao final da primeira escola de aprendizes do evangelho. Toda fraternidade tem uma escola e seus membros trabalham em conjunto de uma causa e mantém uma escola. Ou seja, todas as fraternidades do espaço (para espíritos desencarnados) mantém uma escola permanente de estudos, para iniciados ou em iniciação. Estudar, trabalhar e se reformar é o lema da fraternidade do Trevo e da FDJ. Durante muitos anos a FDJ era o espelho na terra da fraternidade do Trevo no espaço.

Bem, muito se pode falar sobre a FDJ, mas uma coisa é valida: a FDJ está ainda em formação aqui na terra, estamos buscando um caminho. Mas nada impede que os alunos tentem o ingresso e lutem lado a lado por esta fraternidade com os seus antigos dirigentes e colegas de centro.

Cada um tem a sua missão, mas para abraçarmos a missão temos que ultrapassar uma linha que o nosso mentor individual e nós traçamos dentro da gente. Cada um tem a sua linha, cada um é de um jeito. Quando ultrapassamos esta linha, estamos prontos para iniciar o nosso novo grau de iniciação, estamos prontos para abraçar a nossa causa, aquela que traçamos antes de nascer e que vamos atualizando desde então.

Vamos então para a fila, respeitando verdadeiramente o trabalho de João, mas com o coração elevado a Deus. É com ele que é o nosso compromisso, é com ele que prestaremos conta da oportunidade de reencarnar. Que nos preparemos para entrar na fila, não será a primeira vez que entraremos nem a última (vide o próprio Cristo).

Que levemos a Ele nosso esforço nos estudos, na reforma íntima e no trabalho voluntário. E o compromisso de manter a chama da Escola de Aprendizes, levando esta benção a quantos sejam possíveis, ovelhas desgarradas de Israel. O mundo é grande e para isso muitas religiões existem paras as multidões. Para algumas religiões menores, como o espiritismo, restam as ovelhas desgarradas de Israel. É a nossa seara, mãos à obra.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Batismo - Por Caírbar Schutel

"Eu na verdade, vos batizo com água para o Arrependimento; mas aquele que há de vir depois de mim, é mais poderoso do que eu, e não sou digno de levar-lhes as sandálias; Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo"
(Mateus, III, 11.).


Ritual e Formalismo Através dos Tempos e das Gerações:

Nos livros sagrados das igrejas que se agrupam sob o nome de ritual, existem formulas especiais para as orações e administração dos sacramentos, fórmulas essas elaboradas com o fim de exaltar o sentimento religioso nas criaturas.

Vem de tempos tão remotos o uso do culto exterior... Que a Religião do Espírito quase desapareceu do coração humano, vem abafada pelo joio que os homens semearam na Seara do Senhor.

Por toda parte vemos pompas aparatos, Igrejas plenas de altares, altares repletos de imagens e imagens vestidas de fina roupa e reluzentes de pedras preciosas, ao mesmo tempo em que deparamos indigentes, famintos, nus, enfermos do corpo e da alma, vítimas de uma civilização decrépita.
Por ventura será o cerimonial, o culto exterior, nuvem espessa que impede o brilho da Verdade em todas as almas em que reside a verdadeira religião.

Não será o culto exterior, que substitui a religião íntima das virtudes ativas, a causa principal da decadência da moral, da depressão do caráter que se nota em toda parte?

Se o batismo consiste na fórmula sacramental, se o casamento, para ser verdadeiro não pode dispensar o ritual, se a confissão, a comunhão, a extrema-unção e a prece pelos mortos são atos alheios ao próprio indivíduo e só merece valor quando administrado por terceiros, e, ainda mais, por pessoa privilegiada de uma seita constituídas em hierarquias...

Sem a menor dúvida, o ritual e formalismo não resistem a menor análise da razão facilmente se conclui que foram introduzidos, nos vários cultos, com segundas intenções.

Origem do Batismo Pagão:

O culto exterior é uma prática que assinala períodos milenários .
Parece ter nascido na Grécia Antiga.
Seita que cultuava a Deusa da Torpeza, a quem denominavam Cotito e a quem os atenienses rendiam os seus Louvores.
Esta seita, constituída de sacerdotes que tinham recebido o nome de Baptas.

Porque se banhavam e purificavam com perfumes antes da celebração da cerimônia, deixou saliente, nas páginas da História, esse ato como símbolo da purificação do Espírito.
O povo hebreu: não adotou esse ato religioso, exaltado pelos gregos.

Usavam como característica da sua fé, a circuncisão, a prática que consistia numa operação cruenta que Moisés havia decretado, levando em conta, sobre tudo, uma necessidade higiênica, ditada pelo clima daquelas paragens.

Passou o tempo:

Nasceu João Batista: "O maior de todos os profetas nascido de mulher". Segundo a Expressão de Jesus.
João profundo conhecedor dos mistérios e da ciência da Grécia, tratou logo de por fim à circuncisão.
Difícil, porém, é extinguir uma idéia enraizada, de há longo tempo pela autoridade avoenga.

Como conhecia a cerimônia religiosa e destinada a purificar o Espírito, fazia parte do Ritual dos Sacerdotes Baptas, os sacerdotes de Cotito, a cuja deusa os atenienses rendiam culto.
Deliberou substituir aquela prática cruenta da Igreja Hebraica circuncisão pela imersão no Rio Jordão.

Obs: O filho de Zacarias que recebera o nome de João pela intercessão do Espírito Gabriel em comunicação com o seu pai, que era sacerdote do templo, não era conhecido por Batista.
Este nome lhe foi dado posteriormente.

Batista – é originário de Baptas, qualificativo dos sacerdotes da Grécia, que se banhavam antes de oferecerem Sacrifícios à sua Deusa e antes da celebração dos seus ritos.
Deusa da Torpeza de nome Cotito, a quem os Atenienses rendiam seus louvores.

O Significado e a Finalidade do Batismo:

O Evangelista Mateus abre o capítulo III do seu livro dizendo:
"Naqueles dias apareceu João Batista, pregando no Deserto da Judéia:
Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus.

Pois é a João que se refere o que foi dito pelo profeta Isaias:
"Voz que clama no Deserto; preparei o caminho de Senhor endireitai as suas veredas".
Ora, o mesmo João usava uma veste de pelo de camelo e uma correia em volta da cintura; e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre...
João pregava o Batismo do Arrependimento para Remissão dos Pecados. (As substâncias salinas e oleosas, vestes especiais; sal, óleo, água não exercem influência no Espírito).

Voltemos novamente ao Evangelho de Mateus, versículos subseqüentes aos que estudamos, 11 e 12. Diz o Batista:
"Eu, na verdade, vos batizo com água, para o Arrependimento, mas aquele que há de vir depois de mim é mais poderoso do que eu, e não sou digno de levar-lhe as sandálias; Ele vos batizará com o Espírito Santo e com Fogo; sua pá Ele a tem na sua mão, e limpará bem a sua eira, e recolherá o seu trigo no celeiro, mas queimara a palha em fogo inextinguível.

O trigo: representa aqueles que ouvem a palavra do Senhor e praticam a virtude, que se resume no amor a Deus e ao próximo.
A palha: representa os amigos do culto, das exterioridades das cerimônias vãs, que terão de desaparecer da maneira como desaparece a palha sob a ação do fogo.
Batismo de fogo: é a destruição dos dogmas e cultos exteriores, que se tornaram árvores infrutíferas e à raiz das quais esta posta o machado a fim de serem cortados e lançados ao fogo.
O batismo do Espírito Santo arrebata as almas para os Céus, mas o batismo de fogo pulveriza, calcina, destrói tudo aquilo que é da Terra.

"Os homens batizam com água; Jesus com fogo; os homens na carne. Jesus, no Espírito".

Diz Mateus, cap III vs.13 a 17: Depois veio Jesus da Galiléia ao Jordão ter com João, para ser batizado por Ele.
Mas João objetava-lhe: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim?
Respondeu-lhe Jesus: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça.

Então ele anuiu. E batizado que foi Jesus, saiu logo da água, e eis que se abriram os Céus; e viu (João) o Espírito de Deus descer sobre Ele, como (desce) uma pomba e vir sobre Ele, e uma voz dos Céus disse: Este é meu filho dileto, em que me agrado. (Fala também Marcos cap. I vs. 9 a 11 e Lucas cap. III 21 e 22).
Obs: João o Evangelista nenhuma referência faz ao Batismo de Jesus.

Porque João batizava no Jordão?
Por que atraia a si as multidões e por que Jesus foi a Ele.

João Batista:
"O meu único escopo, colocando-me às margens do Jordão e atraindo a mim as multidões, era ver, no meio destas, aquele sobre que pousasse o Espírito Santo, porque foi este o sinal que o Espírito que me assiste, deu-me para eu reconhecer o Filho Amado de Deus e apresenta-lo às multidões. Além disso, batizando com água, eu tinha por tarefa preparar o ânimo do povo, convidando ao Arrependimento, de maneira a poder receber o Batismo do Espírito Santo e do Fogo".

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Menina de Ouro

Como expressar o que eu sinto por você? Para você o mundo é pequeno, o que para muitos são grandes barreiras, para você é apenas um adorno que você usa.

Esta semana tenho pensado muito em o quanto eu te admiro pela sua força e personalidade. Você cresce em um ambiente com limites, mas é criada para viver sem limites neste mundo. Você acelera, não pára no trânsito, você voa, você tem asas.

Acho o máximo o seu senso estético e cultural e me surpreendo quando te vejo descobrir um CD de extremos bom gosto musical. Gosto até quando você dorme ou se enfada quando o filme é ruim. Gosto de sua sinceridade, de sua clareza de pensamento e retidão com os seus princípios.

Encontrar você é ver uma mulher que se veste de maneira conservadoramente revolucionária. Você é auto confiante, desconfiada. Descobre o que quer mas sabe de cor o que não quer. É uma lutadora, alguém que é supreendente, que atinge as coisas quando menos se espera.

Não cresceu montando um sonho de castelo e princesas. Afinal de contas, o papel do príncipe era bem legal, com fugas, batalhas e emoção. Mesmo assim você tem todo jeito para ser uma mãe e será uma grande mãe.

Como num duelo entre touro e toureiro, você enfrenta, encara, joga, testa. Mas faz parte do seu jogo de sedução. Como numa dança de tango, entrelaçando sensualidade, força, respeito, ritmo. Você é até brava para quem não sabe olhar dentro do seu coração.

Uma mulher que luta diariamente em seu trabalho, que é amiga de verdade dos verdadeiros amigos, que pensa mil coisas ao mesmo tempo. É temida, admirada e respeitada no ambiente profissional, ao mesmo tempo que traz bons valores morais para o dia a dia dos colegas. Sabe liderar e ser liderado.

Você acha que não é fotogênica, mas é. Realmente ali você parece ser outra pessoa, como uma Marlin num quadro de Andy Warhol.

Respeita e ama a família, apesar de tudo. Família é família, ora bolas.

É feminina, bem cuidada, nos detalhes. Um doce fogo de luz, carinho, força e energia. O abraço é iluminado e curador.

As coisas parecem que vão acontecer mais tarde que o normal em sua vida, mas vejo que tudo irá acontecer, você realmente vai ter tudo o que desejou. Você tem sorte. Batalha as coisas, mas a vida parece gostar de você pois vai colocando situações e pessoas certas no meio do seu caminho que fazem você trilhar esta linda vida.

A religiosidade para você é inata, não precisa de rótulos. Deus existe dentro de você tão fortemente que as religiões são pequenas diante disso.

Seu sorriso ilumina todo o ambiente e sua presença dá a todos uma sensação de paz e confiança.

Eu só posso agradecer a Deus por florir o mundo com mulheres iguais a você, minha menina de ouro.