sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Perdão e Desculpa

Tem vezes que agrido, não me coloco no lugar do outro, não percebo a sua dor. Se não reflito nesta atitude posso voltar a agredir esta mesma pessoa desta mesma maneira. Isso é um risco que posso cometer insistentemente,pois é comum criar avenidas de comunicação com as pessoas que me relaciono. Sinto claro um arrependimento quando cai a ficha do que fiz. Mas cair as ficha não basta, é importante que eu realmente vá mais fundo do porquê de tratar a pessoa assim ou assado. Para mim, é importante que eu não só mude minha atitude mas saiba que sentimento existia. No caso de hoje era medo de perder o controle das coisas - que, claro, não se justifica.
Me arrepender e de me colocar à disposição claramente de reparar o meu erro me parece o mais importante. Pelo arrependimento, entenda-se quando eu sei o que eu fiz, não gostei, não quero mais fazer, me comprometo a me policiar. Pelo arrependimento eu mereço as desculpas da pessoa que ofendi. Ao me colocar à disposição e tentar reparar o meu erro dentro do que a Lei Divina me oferece, com isso conseguirei no futuro o perdão do Pai. Desta maneira me sinto em paz, alcanço a paz interior, a paz divina.

Até aí, tudo bem, o problema é que fui ferido e ofendido, caluniado, bateram a porta na minha cara... E como é que fica? Como estão meus pensamentos? Um turbilhão de emoções negativas, pensamentos tristes, diálogos mentais intermináveis, ora convergindo para o bem, ora para o mal. Não há equilíbrio na balança do bem com o mal, não existe esta hipótese, o bem e o mal com grandes intensidades é uma montanha russa que só me desgasta e me faz mal. Sei que quem me fez mal não tem a menor idéia do que está fazendo pois repete isso constantemente. É muito duro quando sou o atingido e ainda por cima colocado como culpado numa grande inversão de valores.

Abro o evangelho e o que cai: não faça para os outros o que não quer que seja feito com você. Que droga, coloca por água abaixo meus planos malignos de me vingar e de pagar com a mesma moeda. Começo a refletir sobre o Perdão e a Desculpa. Vou perdoar, preciso do perdão. Mas desculpar e seguir em frente com esta relação me parece que não depende só de mim. De minha parte meu coração clama por paz e que eu não o coloque em mais risco de ser magoado. Sei que posso com isso estar escondendo mais algum defeito, mas solicito a nossa emenda do capitulo Amai os Vossos Inimigos, do ESE. Nele Kardec me exime de ter com quem pode me atingir a golpes (apesar de tb me dar amor) uma amizade plena. É compreensível e importante que eu me preserve. Ou seja, é isso: que eu perdoe com todo amor no coração, que eu me mantenha à certa distancia preservando meu tesouro interior. Não há revide, não há nova ofensa, somente sobram sentimentos transbordantes de amor em meu peito por esta(s) pessoa(s).

Que fique claro que não foi invasão, mas sim uma terna despedida, algo tão espiritual e elevado que minha razão não consegue alcançar e lhe explicar. Não tive a intenção de lhe fazer mal, tive meus erros pois eles me acompanham, pois eu os carrego (e não deveria) em meu peito. Sem pretensão, neste exato momento (pois depois muitos também o desejarão) saiba que eu sou um dos que mais torce para que tudo isso dê certo.

É possível que tal pessoa só faça isso comigo. Isso pode ser mais comum do que penso, posso excitar o lado que esta pessoa me agrida, sem que necessariamente ela faça o mesmo com outros. É a reação de uma ação. É o escândalo necessário, quem sou eu para não aceitar.

Agora é importante que eu seja forte em minha fé, pois posso querer me colocar por baixo novamente, desnecessariamente. Preciso ter dignidade.

2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa....me assustei quando li este comentário...parecia que leram dentro de mim a experiência amarga, triste e dificil por qual passei no dia 30/12/2010.
Eu vivi e senti tudo o que eu li, exatamente igual.
E a conclusão então...depois de pensar muito sobre o perdão e o receio da aproximação e novamente ser atingida, pensei...chorei...pensei...li bastante...chorei de novo...e percebi então que era o que eu queria, fazer as pazes e perdoar, mas manter distância, porque precisava me fortalecer, e fiquei muito feliz e intrigada pq entrei hoje neste blog e fui parar exatamente nesta historia e quando eu li " Agora é importante que eu seja forte em minha fé, pois posso querer me colocar por baixo novamente, desnecessariamente. Preciso ter dignidade".
Percebi o quanto ainda me achava insegura com a minha conduta e estou muito grata com quem me conduziu até aqui...com certeza meu querido mentor..., já havia reconhecido que estava no caminho certo, só pela tranquilidade e a leveza que estou sentindo.
Foi o maximo ler isso hoje aqui.
Meu amigo escritor...acho que experimentamos sentimentos muito semelhantes.
Muito obrigado...vc foi mais corajoso do que eu...vc compartilhou estes sentimentos e isso foi muito bom....Parabéns

Zaki disse...

Querido(a) Anônimo(a), seja sempre benvindo(a)aqui no blog. Agradeço a troca de experiências que tivemos. Um forte abraço.