segunda-feira, 4 de abril de 2011

A reciclagem dos erros

É importante que saibamos nos situar no momento histórico que vivemos. Mas se ampliarmos mais um pouco a nossa mente e nosso raciocínio, podemos nos situar em nosso momento evolutivo em relação ao momento evolutivo do nosso planeta - nossa aldeia global.

Com isso, é possível se pensar, compreender e entender que não estamos muito abaixo ou muito acima em nossa escala evolutiva. Algumas coisas sabemos e outras pensamos saber. Alguma sabemos que não sabemos e outras nem sabemos que não sabemos.

Mas precisamos viver e entendemos que precisamos saber de tudo. E não precisamos. Mas insistimos e teimamos em nos colocar como quem sabe de tudo. Temos opinião para tudo. Principalmente sobre os outros.

Não estou falando somente da fofoca. Mas pior. Estou falando daquilo que carregamos dentro de nosso coração e que tomamos como verdade. E está longe de ser a verdade. Tomamos como verdade pois achamos que precisamos ser conclusivos sobre muitas coisas, que precisamos ter certeza de muitas coisas, que precisamos ter julgamento sobre tudo. Não precisamos.

Do princípio dos tempos até hoje, saindo do reino animal para o hominal, nós precisamos nos sentir seguros, pois havíamos ganho o livre arbítrio e a consciência, que misturados com o medo provindo do reino anterior, nos gerou a preconceituação sobre quem são os outros.

Nos colocar de mente aberta sem conceituar quem é o outro, mesmo que seja o nosso conjuge (que pensamos que conhecemos) é difícil. É bem mais fácil passar a régua e cadastrar a pessoa dentro de nosso coração da maneira que entendemos. Quem são as pessoas, por conta deste nosso comportamento, é algo que passamos longe de compreender. E jogamos fora diariamente a chance de conhecê-las milímetro a milímetro, pois desejamos julgá-las de quilômetro a quilômetro.

E por isso, todos nós pensamos bobagens dos outros. E vamos morrer com isso. Desde assuntos importantes até banais vão nos acompanhar ao caixão. Os que ficarão aqui mais um pouco do que nós, vítimas de nossos preconceito pensarão: "Chegando lá em cima ele vai ver que não sou assim como ele pensa. Chegando lá, ele vai saber a verdade".

A esperança na justiça divina, pois o reino dos céus não é deste mundo, é correta. Porém, na prática, nem tudo pode ser de imediato. Chegar lá no plano espiritual depois de 80 anos julgando incorretamente a tudo e a todos e de uma só vez cair todas as fichas... é impossível. As coisas precisam de tempo. E nossa mente também se esquece de muitos detalhes. Com o tempo viramos a página, nem pensamos mais naquilo que nos preocupávamos faz 30 anos.

O que muda em nós do lado de lá é a maneira de pensarmos. Como ali temos certeza que não vamos morrer, partimos do pressuposto que não sabemos quem são os outros, pois não sabemos quem somos. E conforme vão nos aparecendo as situações é que vamos nos reciclando daquilo que pensávamos na terra. Podemos acelerar isso, se trabalharmos bastante, se formos disciplinados para tal, estudando, refletindo, orando e nos alinhando com o evangelho.

Nos livros de André Luiz é comum ver este tipo de reencontro e de reflexões sobre quem éramos. Mas muitas vezes nós não somos estimulados e uma parte do que pensamos de errado vai para um fosso que precisa ser queimado pela luz divina. Quando acendemos uma luz em nossa mente, vários pontos se iluminam por tabela. É uma teia de luz que temos em nossa mente. Puxa-se um nós e os outros também se influenciam. E com isso, vamos remodelando o nosso pensamento.

Precisamos ir para o outro lado para cair estas fichas ou podemos realizar estas reciclagens já?

Passo por coisas aqui na terra, por um lado e pelo outro, julgador e julgado. O de julgado dói mais. E vejo que não quero fazer isso com outra pessoa, pois isso não se faz... Mas eu faço. É bom sofrer os espinhos para lembrar sou falível e faço isso com os outros.

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