domingo, 20 de março de 2011

A Conversa

"el que siembra su maiz, que se coma su pilon" (Son)

Quem sou eu para ensinar alguém. Justamente eu, que cometo erros e mais erros em minha vida. Mas vão umas dicas aqui do meu mentor:

1) Tem momentos em que duas pessoas brigam. Isso tem para todo lado. E tem sempre um dos lados que deseja a reconciliação. E pode ter no outro lado quem não deseja ficar de bem.

Aquele que deseja fazer as pazes, uma boa notícia, você está certo e caso a outra pessoa não queira, tenha paciência, mas saiba que ganhou um ponto positivo com o Pai. Quanto mais sincera e evangelizada seja a sua vontade, desinteressadamente, maior seu mérito. Quanto mais você respeitar a decisão do próximo de não se reconciliar, melhor. Falar mal não é respeitar.

Aquele que não deseja a paz, que fecha a porta e ignora o anseio de conciliar, você deve ter suas razões, é possível entendê-lo. Mas esta atitude faz sentido quando o outro lado te ameaça. Se isso ocorrer, ok. Se não, reveja se não há um pouco de vingança em seus sentimentos.

2) Deixar o cônjuge falar é importante. Muitas vezes a falavra vai sendo sufocada durante anos. Uma amiga minha precisa falar, quer falar, mas o marido não a escuta, não quer escutar. Ele prefere "discutir por discutir, só pra ganhar a discussão". Parece minha mãe sofrendo com o meu pai...

Vale sempre a pena ouvir a quem se ama. Se o nosso amor não puder falar conosco, se não pudermos acolhe-lo, se não pudermos ajudá-lo, a quem ele recorrerá?

Muita vez somos aquele que dita as regras do casal. Não ouvimos com o coração nosso par. Imagina ouvir com o coração o que o outro tem a dizer. Temos que estimular o outro a dizer com liberdade, sem repressão. Bloquear, reprimir, limitar só fará com que a pessoa não consiga mais colocar para fora seus sentimentos.

Deixe-a falar, mesmo que fale bobagens. Procure mais do que as palavras que ela disse. Procure os sentimentos que estão por trás delas, a verdadeira reclamação, legítimo apelo. Pode ser que ela esteja querendo dizer algo que vai salvar a relação, não po-la em risco.

3) Quando queremos falar algo a alguém, nós devemos filtrar e realmente dizer aquilo que seja verdadeiro. Devemos sempre pensar bem nas críticas, ver se elas levam a algum lugar. Pode ser que mais de 80% sejam infundadas, mas no fundo do coração, os 20% são justos e são o que resolvem de fato a questão.

Ao invés de irmos nos justificando com oitenta, que trabalhemos os vinte.

Procurar ser claro e breve, carinhoso e acolhedor.

Quem tem filhos, independente de desejarem permanecer casados ou não, os pais têm obrigação de procurarem o diálogo, devem este esforço aos filhos.
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É necessário um casal estabelecer, antes de falar, o ambiente que eles terão para se entenderem. Amor, paz, compreensão, ajuda mútua, ouvir com o coração, ombro...

O outro tem o direito de falar. Vale para ambos. E temos o dever de ouvir e procurar entender bem onde a pessoa quer chegar com aquilo, quais são os seus medos, quais são as suas dúvidas.

Muitas vezes gostamos de exemplificar do que teorizar. E com isso usamos um exemplo prático, achando que isso nos faz entender, mas ao contrário, confunde mais. Dizer "não quero que você saia com suas amigas" é limitado e agressivo, não resolve nada. Dizer "você é linda e tenho medo que suas amigas te estimulem que você me traia, mesmo sabendo que você não faria isso me deixa mal" já é um grande começo. Coloque seus verdadeiros medos para fora, não tenha medo disso.

Partindo destas premissas buscar o diálogo com a finalidade do respeitoso entendimento, dentro da lei do amor.

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