Está caindo uma ficha sobre algo que ocorreu faz 3 anos. Vem uma pontada de arrependimento no peito, vem o reconhecimento do outro, vem lembranças que esclarecem um momento no qual eu estava cego por minhas imperfeições.
Em sério que me sinto aliviado de sentir este remorso. Existe algo doce por trás de eu sentir arrependimento? Cair a ficha faz bem para meu crescimento?
Eu sinto que para mim, cair a ficha e ter um estado de reconhecimento com o meu próximo me faz muito bem, pois entro num estado de amor, entro em contato com minha essência. Isso traz o respeito ao próximo, que traz outras virtudes atreladas na teia dos sentimentos. Entre eles, a Gratidão. O Arrependimento traz o sentido de Humildade, que chama sua irmã, a Caridade, dando assim uma sensação de bem estar.
Meu próximo que ofendi quer que minha ficha caia. É um ato de caridade que eu tenha entenda, sendo cedo ou tarde, que eu ofendi esta pessoa. O meu mentor quer que minha ficha caia, pois é um ensinamento que eu assimilo, mesmo que tardiamente, quer meu crescimento.
O reconhecimento é diferente do elogio. O elogio é o falar por falar, tem a mão direita que está olhando o que recebe à esquerda. O reconhecimento é cheio de humildade, de simplicidade, sem querer algo em troca. Ter o reconhecimento com que está na minha frente me deixa num estado de ser que me permite viver o momento e ter uma relação verdadeira com meu próximo. Por isso, os momentos de reconhecimento são emocionantes, verdadeiros.
Portanto, digo àquele que ofendi: reconheço meu erro. Sei que você pode até ter esquecido. Porém, eu me coloco à sua disposição para caminhar mais dois mil passos. Sei que muitas coisas você fez e faz por mim. Eu sempre senti isso nestes anos todos, mas agora após o meu arrependimento e compreensão sobre o que ocorreu, eu sinto mais ainda as benfeitorias que você fez e faz àquela pessoa que eu amo. Ou seja, o que vc fez de bom ganhou uns juros que ao longo prazo valorizaram mais ainda os seus esforços.
Meu Pai, que eu possa escrever uma nova página na minha vida e que outras fichas possam cair para que eu não repita os mesmos erros.
Leiam o livro: "Getulio Vargas em dois mundos". De Wanda A. Canutti, pelo espírito de Eça de Queirós. Editora EME.
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