E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. (Mateus, Cap 6,ver 13).
Esta frase na prece do Pai Nosso, que foi proferida por Jesus, no Sermão da Montanha, para nos ensinar como deveríamos orar, nos traz a reflexão em torno das tentações e como lidar com elas.
Primeiramente devemos entender o que é o caminho correto. Se estamos alinhados com os princípios e ensinamentos do Sermão da Montanha, estamos no caminho correto. Qualquer desvio que fazemos neste alinhamento, nos tira do caminho correto.
Se vivemos nossa vida +- correta, mas num certo momento nos alinhamos ao Sermão da Montanha, naquele momento podemos ter uma vivência 100% correta. Um momento que seja, um minutinho que seja, Deus está aberto a que vivenciemos o bem e o amor dele e toda a plenitude irradiante que o caminho correto oferece.
Quando vivemos o caminho correto as coisas conspiram a favor, numa energia positiva que pode nos assustar, num primeiro momento.
No meio de uma guerra, de uma batalha, de choros e ranger de dentes, se o Cristão se mantiver no caminho correto, insistindo, persistindo, no bem e no alinhamento do código do Sermão da Montanha, então ele triunfará, não com louros da exposição mas com a vitória silenciosa e discreta do Bem.
Tudo tem que estar alinhado com o Sermão da Montanha até mesmo o triunfo do Bem.
As tentações nos desviam deste caminho. Vamos conceituar as tentações. Coisas externas ou internas podem encontrar eco (familiaridade) dentro de nós, que nos desviam para o mal. Para que existem estas familiaridades internas, nós precisamos reconhecer elas são os nossos defeitos e nossos vícios. Ou seja, por mais que a tentação possa vir de fora, ela realmente só existe se tivermos o nosso defeito.
Exemplo: um aposentado militar do século XI vê uma batalha sangrenta, cai na tentação de batalhar e vai ao encontro do confronto que não foi chamado. Cá entre nós, você iria? Possivelmente não. Para ele era uma tentação, para você tentação pode ser uma torta de chocolate ou falar mal dos outros.
A frase do pai nosso nos dirige a pedir ajuda de Deus para que tenhamos força de não dar vazão aos nossos defeitos ou vícios.
Buscar substituir os defeitos e vícios por virtudes é um desafio diário e as vitórias milimétricas devem ser comemoradas.
Mas tem mais nesta história da tentação. Uma reflexão maior que normalmente não fazemos.
Quando desejamos fazer aquilo que não temos condições ou competência para realizarmos, ou quando aquilo não está no planejamento do plano superior para que façamos, ou quando nos propomos a realizar um trabalho no qual ainda não temos capacidade de dar conta, nós podemos estar caindo em tentação.
Isso vale com filhos, no trabalho profissional, no centro espírita etc. Vale sempre a pergunta, se daremos conta ou não. Devemos refletir no sim que daremos, pensar no compromisso que estamos assumindo, pois teremos que dar conta, outras pessoas estarão aguardando.
Vou dar outro exemplo de como fazer coisas que não estão ao nosso alcance é uma tentação: muitas vezes alguém pode nos pedir ajuda e isso estar de acordo com a nossa possibilidade. Ok, maravilha, mãos à obra. Mas tem horas que não está ao nosso alcance, nem é justo que façamos, e caímos mesmo assim na tentação de realizar. Nestes casos, muitas vezes aceitamos, mas com o coração pesado, sentimos que algo não está certo, não estamos fazendo de coração. As conseqüências não são as melhores, minha secretária do Centro sabe bem o que estou dizendo.
Uma tarefa que Deus nos dá, não importa qual, é algo que devemos fazer com amor, mas dentro de nosso alcance reconhecermos humildemente quem somos, se a arrogância que nos fará prejudicar a tarefa.
Se o trabalho é compulsório, como de ser pai, abraçar fortemente a questão e burilar os erros que fazemos e buscar soluções. Se for um trabalho opcional, avaliar e pedir ajuda, não ser egoísta ou orgulhoso ou vaidoso. Não cair em tentação tem disso, tem a renuncia da vaidade.
Esta semana, na insistência minha em me manter no bem, num certo aspecto, me deu ontem uma pequena vitória que fica aqui registrada. A pessoa teve humildade de pedir desculpas. O que eu fiz, dei a face esquerda muitas vezes sem reagir, me mantendo na sintonia do bem. O meu exemplo de não violência despertou nela os ensinamentos evangélicos. O exemplo dela de arrependimento me ajuda a fazer o mesmo. Não caí na tentação do revide, juro que morri de vontade de fazê-lo, mas ouvi e obedeci o alerta. Foi só um primeiro passo meu nisso, terei que no futuro me virar sem o amparo tão incisivo do meu mentor.
E em outra história paralela a esta, ainda percebo que as agressões seguirão, pois a pessoa terá que entender o que está acontecendo e e o que está fazendo, por isso seguirá agredindo. Que eu reconheça e faça como fiz com o exemplo acima, me mantenha na sintonia do bem (alinhado com o sermão da montanha) e não revide, não agrida, não pense mal, nem nada.
Que eu confie no meu mentor, que tem pedido repetidas vezes "pense em mim, liga pra mim, não ligue pra eles" (risos). Mas é isso, vibrar pelos nossos "inimigos" nos põe em tentação de entrarmos na sintonia deles e por isso melhor deixar nas mãos de quem entendem, nossos mentores, discípulos verdadeiros do Mestre.
Bom Domingo e Boa Semana a todos. Aos meus queridos alunos, até quinta.
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